segunda-feira, 29 de outubro de 2018

A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO PORTO AO LONGO DOS SÉCULOS



A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO DO PORTO AO LONGO DOS SÉCULOS



Até aos finais do século XVI a cidade do Porto é constituída apenas por uma freguesia, a da sé.
Em 1583, o então Bispo do Porto, D. Frei Marcos de lisboa, com o argumento de uma melhor administração eclesiástica e pastoral, divide a Sé em quatro novas freguesias: Sé, S. Nicolau, Vitória e s. João Baptista de Belmonte, marcando-lhes os limites de uma forma tão rigorosa que
ainda hoje podemos fazer o levantamento toponímico através deles
A freguesia de S. João Baptista de Belmonte foi efémera. De facto, passados apenas quatro anos, foi extinta e a sua população distribuída pelas freguesias da Vitória e de S. Nicolau. Com a pressão demográfica
a acentuar-se, a cidade começa a ter noção de que as muralhas começavam a ser um espartilho quanto ao desenvolvimento da urbe. Esta situação obriga, então, à criação de mais duas freguesias, estas já fora das muralhas: Miragaia e Santo Ildefonso.
Em 9 de outubro de1710 a Mesa Grande da Relação, organismo do Estado que superintendia a criação de freguesias e municípios, amplia a área da cidade com a inclusão das freguesias de Cedofeita e de Massarelos. Dada a sua enorme extensão, a freguesia de Santo
Ildefonso é dividida em duas, tendo sido criada a freguesia do Bonfim, com cerca de 295 hectares.
Não podemos esquecer que, na margem esquerda do rio, as freguesias de Mafamude e de Santa Marinha pertenciam à jurisdição do Porto. Esta situação só é alterada após o arredondamento das freguesias passando, a partir desta altura, a fazer parte do concelho de vila
Nova de Gaia.
Em inícios do século XIX o panorama do Porto é o de uma cidade com sete freguesias, numa área de10,6 Km². Em 1836 são anexadas à cidade por decreto as freguesias de s. João da Foz, Lordelo e Campanhã, altura em que são retiradas para sempre as freguesias gaienses.
Com
a evolução e o crescimento da cidade do Porto, o século XIX foi o momento áureo desta cidade a urbe tripeira atira os seus tentáculos para a zona mais ocidental da região sendo, por
isso, natural que as freguesias da zona até vissem com bons olhos a sua inclusão no Porto. Em 1837 a área da cidade aumenta com a inclusão de Paranhos, ficando a mesma com uma área de 30 km², o triplo do que contava em 1710. Em 1895 foram fixados novos limites com a junção
das freguesias de Ramalde, Aldoar e Nevogilde. Finalmente, em 1898 os lugares da freguesia de Campanhã, que ficavam na parte exterior da Circunvalação, passaram para aquela freguesia, ficando o Porto com a fisionomia que hoje ostenta: uma cidade cercada no seu crescimento
pelo mar, pelo rio e pela Circunvalação.
Hoje a cidade do Porto tem 42 Km², 15 freguesias, esqueçam a lei de 2012 que vi fazer as uniões de freguesias, e cerca de 247 000 habitantes, de acordo com o Censos de 2011, o que dá uma densidade populacional de 6 000 habitantes por km².
Mas como é que esta população evolui? E terá sido o Porto sempre a segunda cidade do País?
Como certamente entendemos, não é fácil reconstituir a evolução das gentes da cidade desde tempos medievos, pois foi só em 1864 que se realizou o primeiro censo com metodologia científica. até aqui deparamo-nos com um longo período em que são escassos os levantamentos populacionais. Esta situação obriga a diversos cruzamentos de dados, mas mantemos a noção de que a fiabilidade não é muito elevada porquanto não sabemos quais os critérios utilizados nem com que fins.
Com as ressalvas defendidas vamos tentar fazer uma análise da população ao longo dos tempos.
No século XII o Porto é a terceira cidade do futuro reino de Portugal. a que tem maior densidade populacional é a de Braga (Lisboa ainda era muçulmana), com cerca de 5 000 habitantes, seguida de Coimbra a cidade mais a sul do Portugal de então, com uma população idêntica à de Braga. Carlos de Passos diz-nos que no período da muralha dita sueva (agora sabemos que é tardo-romana) a população do Porto é de 2 000 habitantes, mas, como o autor não refere a fonte, atrevemo-nos a pensar que se tratava de um número exagerado. De salientar que a população de Portugal conta, à época, com cerca de 400 000 habitantes para uma superfície de 34 000 Km². Já com a muralha fernandina, construída em 1376, o Porto tem cerca de 8 500 habitantes, que era amplamente ultrapassado pela população de lisboa, com os seus cerca de 65 000 habitantes, o que a torna na grande cidade do reino, marcando desde essa época uma macrocefalia que perdura até aos nossos dias. a segunda cidade continua a ser Braga, com mais de 10 000 habitantes, passando o Porto a ser a terceira cidade do reino, ultrapassando Coimbra.
Em 1527-1532 D. João II decide ordenar o primeiro censo efectuado em território nacional. o mesmo mostrou que Portugal tinha, na época, cerca de 1 200 000 habitantes, sendo nessa altura o Porto já a segunda cidade do país, com 13 5oo habitantes, e Lisboa cerca de 50 000 a 55 000 habitantes (era a grande cidade da península).
Em 1622, D. Rodrigo da Cunha, no seu catálogo dos bispos do Porto, confere para o Porto 14 500 habitantes. Em 1787 foi ordenado novo censo e o padre Rebelo da Costa diz nos que o Porto tem 63 500 habitantes.
Como já referimos anteriormente, o primeiro censo efectuado com rigor científico foi em 1864 e este censo mostra que o Porto conta na época com 89 349 habitantes. no censo de 1900, e já com as 15 freguesias definitivas, o Porto tem 167 955 pessoas a residir na cidade, continuando a população a aumentar até atingir o seu pico populacional no censo de 1981, com 330 199 habitantes.
A partir desta data a população começa a decair, começando o despovoamento citadino.
A cidade no ano de 2001 apenas 262 928 habitantes. No último censo, datado de 2011, podemos apreciar um novo decréscimo populacional para os 240 000 habitantes.
Estes números mostram-nos uma descida de mais de 60 000 habitantes em duas décadas, ou seja, uma média de 3 300 por ano.
São vários os factores que sustentam esta decadência contínua e que são de natureza essencialmente económica, já que o processo de terciarização do centro levou ao abandono da população para periferia, o que provocou o aumento dos concelhos limítrofes, com
Vila Nova de Gaia à cabeça que é, sem dúvida, o concelho mais populoso do Grande Porto, contando com mais de 300 000 habitantes.
Mas este fenómeno afecta também concelhos como Matosinhos, Gondomar, Maia e Valongo, que têm vindo a aperceber-se que a sua população aumenta à custa da cidade do Porto. Este fenómeno parece não ter fim, já que o alto preço dos terrenos na cidade provoca uma
especulação imobiliária, resultando no facto de os casais mais jovens se terem visto na necessidade de procurar noutras paragens da Área Metropolitana do Porto casas a preços mais acessíveis.
Esta situação levou a que recentemente o historiador Hélder Pacheco tivesse considerado que «(1) existe uma conspiração contra a cidade por parte de todos os agentes que provocam a debandada da população.»,
É curioso assinalar que apenas as freguesias mis ocidentais da cidade (as últimas a entrar para a urbe) conseguem atenuar esta sangria. Mas este fenómeno não é exclusivo do Porto. Lisboa também sofre do mesmo problema, tendo visto a sua população decair de uma forma sistemática desde os anos 70. Hoje a sua população tem menos 260 000 habitantes em relação àquela época, beneficiando essencialmente Sintra.
Em relação ao Porto, como vai longe o tempo em que um relatório da Câmara do Porto, emanado em 1962, dizia que a cidade tinha capacidades para ter uma população de 500 000 habitantes! Hoje tem cerca de metade e com uma estrutura da população tão distorcida que
levou o conhecido geógrafo Álvaro Domingues a dizer que o Porto é uma cidade habitada por velhos-pobres e novos-ricos.
Com os processos de turistificação e gentrifricação em curso, a população da cidade está em mudança e nos próximos censos, em 2021, iremos ver reflectidos nos números esta mesma mudança.

(1) Porto de s. João, vol. II)


sábado, 6 de outubro de 2018

FUNDAÇÃO do FUTEBOL CLUBE DO PORTO


FUNDAÇÃO DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO



FUNDAÇÃO DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO


Existe uma polémica em torno da data de fundação do Futebol Clube do Porto. O clube foi fundado em 1893 ou em 1906, como durante anos se afirmou?
De notar que, e até aos anos 80 do século XX, as histórias sobre o Porto diziam, e o próprio clube assumia essa realidade, que a data de fundação tinha sido em 1906.
Mas nos anos 80 e numa investigação encetada por Rui Guedes, para fazer a Fotobiografia do Futebol Clube do Porto, este descobriu uma certidão em que apontava o dia de 28 de Setembro de 1893 como a data fundadora do clube. Tinha sido António Nicolau de Almeida o fundador e tanto a data da fundação assim como a cor das camisolas que os atletas iriam daí por diante ostentar não era inocente.
António Nicolau de Almeida (1873-1948) foi um negociante de vinhos, juntamente com o seu pai, e era ao mesmo tempo um apaixonado pelo desporto. Um sportsman, como na época se dizia.
A sua primeira paixão foi a velocipedia e numa revista da época podemos ler a seguinte notícia:

«Já em 1891 e 1892 um grupo de rapazes, entre os quais António Nicolau d´Almeida, Fernando Nicolau d´Almeida, Vieira da Cruz, Lacy Rumsey, Artur Rumsey e George Dagge, vinha trabalhando afincadamente a favor da velocipedia. No primeiro ano, sob o nome de Clube Excursionista, e, seguidamente, em 1892, sob nova designação de Clube de Velocipedistas do Porto, tentam levar a efeito passeios e excursões em bicicleta, algumas corridas, fazendo uma boa propaganda à custa do seu enorme entusiasmo. Àqueles vêm juntar-se outros. Eduardo Rumsey, António Leite de Faria, António Tasso de Sousa, Benedito Ferreirinha, Carlos Rothes, Guilherme Andersen, Pedro Amorim Júnior, Caetano Marques Rodrigues, Carlos Chambers e Jorge Nunes de Matos, completam o grupo dos apaixonados do pedal. O entusiasmo cresce, e, finalmente, o Velo Clube, pela junção de 44 sócios, ao Clube de Velocipedistas do Porto, passa a usar a designação de Real Velo Clube do Porto, que tinha as suas instalações no Palácio de Cristal. Durante o segundo semestre de Alteza o Senhor Infante D. Afonso e, em fins do mesmo 1893 entram muitos sócios, entre os quais figura Sua ano, Sua Majestade El-Rei concede a quinta do seu palácio da Rua do Triunfo para construção do velódromo, mostrando bem assim o grande interesse que as coisas de sport lhe mereciam.»


A quinta que a notícia se refere é o actual Museu Nacional Soares dos Reis, que durante muito tempo pertenceu à família real, era então chamado Palácio dos Carrancas.
Além do ciclismo, Nicolau de Almeida praticava remo e natação.
Em 1893 e depois de uma viagem de negócios à Inglaterra o "nosso" sportsman veio entusiasmado com o jogo que por lá estava na moda. O futebol, e tão entusiasmado estava que com alguns amigos funda no dia 28 de Setembro de 1893 o” Football Club do Porto", assim mesmo, com a grafia inglesa como na época imperava.

A data, 28 de Setembro, coincidia com o dia de aniversário, tanto do rei D. Carlos assim como a rainha D. Amélia e o azul e branco era a cor da bandeira nacional de então e como Nicolau de Almeida era monárquico, na sua óptica tudo fazia sentido.
A revista de Lisboa, Diário ilustrado, faz eco desta fundação e publica a seguinte notícia:

 «Fundou-se, no Porto, um clube denominado Foot Ball Clube do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do país de uma associação para os jogadores daquela especialidade. No segundo domingo de Outubro inaugura-se o clube oficialmente, com um grande match entre os seus sócios, no hipódromo de Matosinhos. Ouvimos dizer que serão convidados alguns clubmen de Lisboa. Que o Foot Ball Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores e que venha medir-se ao campo com os jogadores do Club Lisbonense, do Real Ginásio Club, do grupo de Carcavellos ou de Braço de Prata, para animar os desafios de Football como já o são as corridas de cicles. Eis o que desejamos.»


Estava lançada a aventura, o Jornal de Notícias da semana seguinte dá conta do facto e noticia o seguinte:

«Realiza-se hoje, às duas horas da tarde, no antigo hipódromo um \'match\' de football, promovido pelo Foot Ball Club do Porto, tomando parte nesta diversão vinte e dois sócios do referido clube. Os dois partidos são \'capitaneados\' pelos srs. Nugent e Mackenie, distintos jogadores e sócios do referido clube. Tomam parte os senhores Fernando e António Nicolau de Almeida, Arthur, Lacy e Roberto Rumsey, Alfredo e Eduardo Kendall, Guilherme Anderson, Wlater Mac Connan, Barbosa, António Maria Machado, José Vale, Artur Ramos de Magalhães, Eduardo Sprakey, A. Johnston, Hans Peters, Jorge Hardy, Joaquim Duarte, Henrique Cunha e A. Vieira da Cruz, etc. Vêm assistir a este torneio as senhoras da colónia balnear da Foz. Este interessantíssimo jogo é uma novidade no Porto e há grande entusiasmo, tendo-se feito já algumas apostas.»
Clube Lisbonense
                                                                                           

Em 25 de Outubro desse mesmo ano Nicolau de Almeida escreveu a o presidente do Clube Lisbonense a convidá-lo para um “match”, este foi aceite e o jogo foi o 1º encontro oficial do novel clube. O presidente do Clube Lisbonense era primo de Guilherme Pinto Basto, o introdutor do futebol em Portugal.
 
Football Club do Porto
Eis a carta

"Desejando solenizar a definitiva instalação do Football Club do Porto, resolvemos organizar um “match” … …Cumpro, pois, na qualidade de presidente do Football Club do Porto, o honroso dever de convidar por intermédio de V. Exa. os valentes e adestrados jogadores do Club Lisbonense a tomarem parte no referido "match". Na esperança de sermos honrados com a anuência ao n/pedido, aguardamos o favor de uma resposta rápida p.ª n/governo. Deus guarde V. Exa. Ilmo. Sr. Presidente do Football Clube Lisbonense."


O grande jogo iria então realizar-se em Março de 1894 e em honra do Rei Carlos I que não só ofereceu a taça, como fez também questão de estar presente no Oporto Cricket and Law-Tennis Club, no Campo Alegre. Pelos portistas, jogaram Mac Geoc, F. Guimarães, A. Nugent, Arthur Dagge, Mac Millan, Ramos, Mackechnie, R. Ray e Alfredo Kendall. O FC Porto perdeu por...1+1. Bem, a corte atrasou-se e quando se instalou no "camarote" improvisado já o Lisbonense vencia por 1-0. Decidiu-se que se iria jogar mais trinta minutos e a equipa do sul marcou mais um golo, rezam as crónicas. Por 1 ou por 2, a Taça del Rey foi com os visitantes:

O Porto ainda fez mais dois jogos, um deles contra uma equipa de Aveiro, onde pontificava Mário Duarte, avô de Manuel Alegre, e pouco depois o entusiasmo esmoreceu. Porquê

Nicolau de Almeida, entretanto casou com Hilda Rumsey, irmã dos seus colegas de clube, Arthur e Lacy. Hilda não gostava de futebol, achava-o um desporto rude e agressivo, preferindo o ténis, assim conseguiu convencer Nicolau de Almeida a retirar se do clube entrando este num marasmo e estagnação.
Só em 1905 é que o Porto voltaria a jogar, desta feita com o Lisbon Cricket Club, ganhando este último por 5-2.
Nicolau de Almeida - Romualdo Torres e Monteiro da Costa
Em 1906 Monteiro da Costa relança a ideia de revitalizar o clube e convida Nicolau de Almeida a regressar ao mesmo. Esta recusa o convite e lança a ideia de Romualdo Torres, seu amigo e companheiro das lides futebolísticas de antanho, o representar na nova direcção.
Em Setembro de 1906 Monteiro da Costa refunda o clube e convida antigos jogadores, como Mackechnie, Rumsey, Wright e ainda Ernesto Sá, - que antes de 1906 também jogara em Matosinhos, no tal campo do Prado", a fazerem parte do mesmo.
Mas em abono da verdade alguns afirmam que o FC Porto de 1893 e o de 1906 não têm nada a ver um com o outro. Como? Uma cidade como o Porto, vai ter um clube em 1906 com o mesmo nome, a mesma cor na camisola, com alguns jogadores da geração de 1893, com o convite endereçado a Nicolau de Almeida para regressar ao clube, e isto tudo é coincidência?
Na História dos Três Grandes, oficialmente “Glória e Vida de Três Gigantes “que o jornal “A Bola” publicou nos anos 90 do século XX já se lançava pistas para a existência do clube antes de 1906, data da refundação, lá, pode-se ler:

"Em 1906, seria refundado por Monteiro da Costa, amigo de António Nicolau d'Almeida. Que se ligaria ao clube, acompanhando alguns dos seus amigos que, para além do nome, lhe mantivera a cor das camisolas (azuis e brancas) e a bandeira da Monarquia (...) alguns dos jogadores do Football Club do Porto como Mackechnie, Nujent ou Kendall alinharam, no Football Club do Porto refundado por Monteiro da Costa, em 1906".

António Rodrigues Telles que publicou uma história do Futebol Clube do Porto em 1933, “História do Futebol Clube do Porto, 1906-1933, vai se contradizer na mesma história ao afirmar:

"António Nicolau d'Almeida fundou...o Futebol Clube do Porto, como a carta [a Guilherme Basto] assim nos indica. Da ligação ao Futebol Clube do Porto de 1893 e o que nasceu em 1906 já se tiraram, por certo, algumas conclusões, e outras mais podem surgir.(...) Também se sabe que António Nicolau d'Almeida, afinal, acompanhou os homens do Futebol Clube do Porto depois de 1906. Foi, portanto, um homem da nossa agremiação, aquele que primeiro a sonhou! (...)

Em nossa opinião, esta necessidade de apagar os anos do clube entre 1893 e 1906 prende-se com o ambiente político da época.
Portugal tinha sofrido a humilhação britânico plasmada no Ultimatum, ou seja, a Inglaterra proibiu Portugal de lançar para a prática o famoso Mapa Cor de Rosa, a ligação entre Angola e Moçambique através dos territórios que são hoje o Malawi e a Zâmbia. Por causa desta humilhação tudo o que fosse inglês era mal visto, a Inglaterra era persona non grata para os Portugueses. O rei D. Carlos devolveu as condecorações que os seus “primos” britânicos lhe tinham dado. Tinha-se escrito um hino contra os ingleses, que terminava com a estrofe “Contra os Bretões, Marchar, Marchar”, vinha aí o futuro hino nacional.
Por tudo isto em nosso entender houve uma necessidade de apagar a história recente que relacionasse a Inglaterra com Portugal e por isso a data de 1893 foi apagada do imaginário portista até anos, anos 80.
Em face de tudo o que acima escrevemos, é meu entender que o Porto foi fundado em 1893 por António Nicolau de Almeida e refundado em 1905 por Monteiro da Costa.