terça-feira, 30 de janeiro de 2018

AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO

Fontes Pereira de Melo nasceu em Lisboa no dia 8 de Setembro de 1819. Aos 13 anos, foi para o serviço militar, facto este que iria marcar todo o seu percurso futuro, já que se viria a revelar um dos mais brilhantes oficiais do seu tempo. Aos 21 anos, casa em Cabo Verde com a filha de um rico plantador local, mas, no ano seguinte, fica viúvo e perde a filha logo a seguir. A tragédia que se abateu na sua vida pessoal iria repercutir-se em todo o seu percurso de vida, já que nunca mais se casou e dedicou toda a sua vida à política e à governação. Toda a sua acção foi vocacionada no sentido de levar Portugal à modernização, tanto do aparelho político como das infraestruturas que no seu entender gerariam o progresso económico que iria tirar o país dos últimos lugares no que ao desenvolvimento dizia respeito.
Dado este pressuposto, não é de estranhar que todo o processo político pós Regeneração se tivesse chamado “Fontismo”, nome que em Portugal teve todo o período de acalmia sociopolítica gerada pela revolta liderada pelo Marechal Saldanha em 1850 e que veio a dar a Monarquia Constitucional que perdurou até ao 5 de Outubro de 1910.
Mas o que foi o Fontismo? Foi um conjunto de obras públicas (estradas, caminhos-de-ferro, telégrafos, pontes, etc.) que, a partir do quase zero, dotou o país das infraestruturas mínimas para responder ao desafio desencadeado pela Revolução Industrial. Claro que tudo isto teve um custo. Num país sem grandes recursos e com uma iniciativa privada incipiente, teve que ser o Estado a financiar todas estas obras. Acontece que o próprio Estado era pobre e teve de recorrer ao empréstimo externo, o que veio agravar as nossas já depauperadas finanças públicas.
Fontes esteve 20 anos no poder, 12 como primeiro-ministro, em períodos intercalares. Serviu D. Pedro V, D. Fernando II (regente) e D. Luís. Homem frontal e rígido, grande talento político, queria liberdade sem anarquia e ordem sem despotismo. Queria acabar de vez com o ciclo vicioso da pobreza, costumes ancestrais e atavismos que vinham de longe. Nunca se deixou corromper (algo que quase nenhum político na época podia dizer) e por isso marcou de uma forma indelével o seu tempo.
A cidade do Porto consagrou-lhe uma avenida que nasceu à ilharga de uma das saídas da cidade para Norte: a Via Rápida. A avenida Fontes Pereira de Melo começa junto à avenida AIP e termina junto ao Bairro do Viso. É uma artéria sem qualquer valor histórico que foi rasgada nos anos 60 (1966) para ligar a citada avenida ao nascente bairro

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