quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

SAMPAIO BRUNO
(30-11-1857 – 06-11-1915)



De seu nome completo José Pereira de Sampaio, adoptou o nome de Sampaio Bruno como pseudónimo literário. Filho de pai mação e anticlerical, cedo começou nas lides jornalísticas, já que, aos catorze anos, publica no “Jornal da Tarde” o seu primeiro artigo.
Experimentou diversas áreas do saber, tais como a Medicina e as Ciências. No entanto, do que ele gostava mesmo era das Letras. Aos 17 anos, publica a sua primeira obra de carácter filosófico com o título “Análise da Crença Cristã”, obra que levantou bastante polémica na época pelo seu fundo subversivo. O racionalismo deísta e as ideias liberais foram as influências dominantes no seu pensamento. No Porto, a sua cidade, funda diversos jornais, tais como: “O Democrata”, “O Norte Republicano”, “A Discussão”, etc.
 No final dos anos setenta do século dezanove, adere ao Partido Republicano e, juntamente com Antero de Quental, Basílio Teles e outros, forma a Liga Patriótica do Norte onde é o responsável pelos respectivos estatutos, como forma de protesto ao ultimato inglês de 1890.  Participou no 31 de Janeiro, primeira tentativa militar de derrubar a monarquia, o que o levou ao exílio até 1893. No exílio em  Paris  (juntamente  com  João  Chagas),  convive  com  Santos  Dumont, Verlain e António Nobre.   
   Diz-se que a depressão que o afectou o levou para um pensamento mais místico e esotérico, mergulhando na cultura agnóstica de inspiração judaica e na cabala. O seu carácter íntegro e honesto leva-o a afastar-se do partido, desiludido com o rumo que a situação estava a tomar.
Homem de vasta cultura, foi escolhido após a implantação da república para dirigir a Biblioteca Pública do Porto. Miguel de Unamuno vinha de propósito de Madrid visitá-lo ao Porto onde, na padaria do seu pai, Sampaio & Filhos, onde anos depois abriria a Padaria Ceres, na Rua de Bonjardim, tinham conversas até altas horas da noite. Fernando Pessoa chegou a corresponder-se com ele e mandou-lhe o primeiro número da revista “Orpheu” para que ele lhe desse uma opinião sobre as temáticas abordadas.                                                                                                    

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