BOTEQUINS/ CAFÉS DO PORTO
Outrora os cafés foram um dos locais mais importantes da sociabilidade burguesa e não só
Trocavam-se ideias, debatiam-se políticas, nasceram correntes estéticas, sua importância para o quotidiano citadino levou Garrett a afirmar isto:
"O
viajante experimentado e fino chega a qualquer lugar, entra no café, observa-o,
examina-o, estuda-o, e tem conhecido o país em que está. O seu Governo, as suas
Leis, os seus Costumes, a sua Religião. Levem-me de olhos tapados onde
quiserem. Não me desvendem senão no Café e prometo-lhes que em menos de 10
minutos, lhes digo a terra em que estou, se for país sublunar”.
Também
era local de venda de bebidas. Encontro de ideias, de jornalistas. Era para
muitos uma extensão do escritório. Muitos negócios se fizeram nos cafés...
Ao longo desta semana iremos visitar cafés/ botequins que fizeram, fazem, parte do imaginário portuense. Para uns um regresso ao passado, memórias se calhar já esquecidas, para outros a novidade de no Porto já terem existido tantos cafés e botequins.
Os botequinseram
em geral pequenos e com pouca luminosidade. O asseio andava arredio. Em regra
geral tinham uma porta verde tipo “ Saloon” que permitia a quem estava cá fora
ver o que se passava lá dentro.
Alguns
autores consideravam estes cafés uns antros mal cheirosos e
pouco convidativos
Mistura
de cafés, cervejaria, bar, taberna, casa de pasto. Eis os principais botequins:
BOTEQUIM DO PEPINO ( Ficava no Muro dos Bacalhoeiros
)
Foi
depois transferido em 1871 para o Beco
do Forno Velho.
Arnaldo
Gama, no seu livro O Génio do Mal, escreve: “O Botequim do Pepino tinha as
traseiras imundíssimas voltadas para um pequeno largo, que por uma travessa
sempre suja comunica com o Cima do Muro"
Botequim do Amaro -
Por cima do muro da Ribeira existiu este botequim, no qual foi fundado, em
4/11/1876, o Clube Fluvial Portuense, pelos entusiastas do remo David José de
Pinho e o proprietário do botequim José Pereira de Santo Amaro, onde se manteve
durante dois anos, passando para a Rua de S. João, 13 2º andar com o nome Café
do Rio Douro
O Botequim ficava à direita, defronte à porta da Igreja dos Congregados adossado à Muralha Fernandina. |
BOTEQUIM DO
FRUTUOSO/CAFÉ DA PORTA DE CARROS
Fundado em 1820 junto à Porta de Carros da muralha
Fernandina – antigo Largo da Porta de Carros, próximo da actual Estação de
S. Bento, mesmo defronte à Igreja
dos Congregados.
Pertencia a José Frutuoso Aires Gouveia(pai do ilustre
arcebispo de Calcedónia, António Frutuoso Aires de Gouveia Osório, bispo do Algarve e de Betsaida ). O próprio café era,
na época, inclusivamente, conhecido pelo Café do Frutuoso.
( Cont.)
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