segunda-feira, 26 de março de 2018

Botequins/Cafés do Porto - I Parte


BOTEQUINS/ CAFÉS DO PORTO
Outrora os cafés foram um dos locais mais importantes da sociabilidade burguesa e não só
Trocavam-se ideias, debatiam-se políticas, nasceram correntes estéticas, sua importância para o quotidiano citadino levou Garrett a afirmar isto:
"O viajante experimentado e fino chega a qualquer lugar, entra no café, observa-o, examina-o, estuda-o, e tem conhecido o país em que está. O seu Governo, as suas Leis, os seus Costumes, a sua Religião. Levem-me de olhos tapados onde quiserem. Não me desvendem senão no Café e prometo-lhes que em menos de 10 minutos, lhes digo a terra em que estou, se for país sublunar”.  
Também era local de venda de bebidas. Encontro de ideias, de jornalistas. Era para muitos uma extensão do escritório. Muitos negócios se fizeram nos cafés...
Ao longo desta semana iremos visitar cafés/ botequins que fizeram, fazem, parte do imaginário portuense. Para uns um regresso ao passado, memórias se calhar já esquecidas, para outros a novidade de no Porto já terem existido tantos cafés e botequins.
Os botequinseram em geral pequenos e com pouca luminosidade. O asseio andava arredio. Em regra geral tinham uma porta verde tipo “ Saloon” que permitia a quem estava cá fora ver  o que se passava lá dentro.
Alguns autores consideravam estes cafés uns antros mal cheirosos e pouco convidativos
Mistura de cafés, cervejaria, bar, taberna, casa de pasto. Eis os principais botequins:


BOTEQUIM DO  PEPINO ( Ficava no Muro dos Bacalhoeiros )
Foi depois transferido em 1871  para o Beco do Forno Velho.
Arnaldo Gama, no seu livro O Génio do Mal, escreve: “O Botequim do Pepino tinha as traseiras imundíssimas voltadas para um pequeno largo, que por uma travessa sempre suja comunica com o  Cima do Muro"

Botequim do Amaro - Por cima do muro da Ribeira existiu este botequim, no qual foi fundado, em 4/11/1876, o Clube Fluvial Portuense, pelos entusiastas do remo David José de Pinho e o proprietário do botequim José Pereira de Santo Amaro, onde se manteve durante dois anos, passando para a Rua de S. João, 13 2º andar com o nome Café do Rio Douro

O Botequim ficava à direita, defronte à porta da Igreja dos Congregados
adossado à Muralha Fernandina.
BOTEQUIM DO FRUTUOSO/CAFÉ DA PORTA DE CARROS
Fundado em 1820 junto à Porta de Carros da muralha Fernandina – antigo Largo da Porta de Carros, próximo da actual Estação de S. Bento, mesmo  defronte à Igreja dos Congregados.
Pertencia a José Frutuoso Aires Gouveia(pai do ilustre arcebispo de Calcedónia, António Frutuoso Aires de Gouveia Osório, bispo do Algarve e de Betsaida ).próprio café era, na época, inclusivamente, conhecido pelo Café do Frutuoso.

                                                                                                                                                  ( Cont.)







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