quarta-feira, 7 de março de 2018

Carolina Michaelis



CAROLINA MICHAELIS


Carolina Wilhelme Michaelis de Vasconcelos, que também está consagrada numa escola da cidade do Porto e numa estação da linha do Metro do Porto, nasceu em Berlim, Alemanha em 15 de Março de 1851.
Educada em casa (uma mulher ainda não podia entrar na Universidade, na sua Berlim, aquela a quem chamavam a “ Metrópole da Inteligência”), recebeu lições de várias línguas, entre elas árabe, as línguas eslavas, germânicas, sânscrito, provençal, espanhol, catalão e português, além das disciplinas de literatura greco-romana!
Precoce, traduziu aos catorze anos o Novo Testamento para castelhano e aos dezasseis já publicava artigos seus em diversas revistas que se debruçavam sobre a etimologia e filologia.
Foi muito acarinhada por um dos irmãos Grimm, que a estimulou a seguir os estudos e investigações.
O interesse pela língua de Camões veio a seguir e logo se notabilizou, não passando despercebida a diversos intelectuais portugueses, entre eles Oliveira Martins e Herculano, que com ela se corresponderam.
Em 1873 surgem os seus primeiros estudos dedicados à Cultura Portuguesa, chamado “ Novas Tendência da Vida Cultural Portuguesa
Os erros de tradução feitos pelo poeta, cego, António Feliciano de Castilho, em relação à obra Fausto, de Goethe, levaram-na a corresponder-se com o mais acérrimo crítico da tradução, Joaquim de Vasconcelos, também ele perpetuado nas ruas do Porto.
Aqui começa uma relação epistolar que depois se torna pessoal, até que, após namoro, se casam, vindo os dois viver para a cidade do Porto em 1876.
Joaquim de Vasconcelos era um notável estudioso da História da Arte, da Música, tendo sido ainda ainda professor da Escola de Belas Artes de Lisboa.
Os seus estudos sobre arqueologia e joalharia ainda hoje são apreciados o que prova a versatilidade de Joaquim de Vasconcelos.                                                                                            
No Porto viveram na Rua de Cedofeita, inicialmente no número 159 e depois no 150, onde ainda hoje existe uma placa a imortalizar a insigne morada.
Tiveram um único filho, Carlos Michaelis, que foi estudar para a Alemanha, onde cursou engenharia e esteve ligado ao Colégio Alemão do Porto.
Costuma-se dizer por lapso que D. Carolina Michaelis foi a primeira mulher catedrática da Universidade Portuguesa.
De facto leccionou em Coimbra, mas apenas como professora convidada, já que a honra de ter sido a primeira catedrática a formar-se foi, e ainda é, dado estar entre nós, D. Maria Helena da Rocha Pereira.
Curiosamente também ela nascida no Porto, em 1925, e na rua de Cedofeita!
Muito apaixonada por Portugal, Carolina Michaelis não se conformava com o desinteresse que os portugueses devotavam à sua cultura, e à negligência perante o património edificado.
Ela estudará cancioneiros antigos, e vai ver editado o “ Cancioneiro da Ajuda”.
Atenta à questão feminina, ela diria um dia que: “ A questão feminina em Portugal e Espanha, é antes de mais uma questão de instrução”.
Pertenceu ao Conselho Geral das Mulheres Portuguesas, de quem foi eleita presidente honorária.
Carolina Michaelis morreu a 22 de Outubro de 1925, finando-se a vida de uma das mais cultas pessoas do seu tempo e uma das personalidades mais notáveis de sempre, da cultura portuguesas.
As escadas que estão ligadas ao seu nome, são, e dada a topografia da zona a ligação da Rua de Oliveira Monteiro à escola, antigo Liceu, que também ela consagra no seu nome a notável estudiosa.
A Escola foi construída de raiz a partir de 1937, mas só foi inaugurada em 1951.
Inicialmente a escola esteve na Rua de Cedofeita, número 441, depois as instalações mudaram para a Praça do coronel Pacheco, mas as péssimas condições obrigaram à construção de uma escola construida de raiz.




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