QUINTA DE AGRAMONTE
Foi considerada uma das quintas mais bonitas e produtivas da cidade do
Porto.
Tinha uma casa de campo, árvores de belo porte e tudo, ou quase tudo
vai desaparecer por causa do Cerco do Porto.
Os liberais vão arrasar esta quinta, Agosto de 1832, diz-se que por
questão estratégicas e vão usar toda a lenha para ajudar a aquecer uma cidade
que estava sitiada.
A quinta foi expropriada por um valor insignificante à esposa do capitão Joaquim de Pinho e Sousa, Joaquina Augusta Rossi de Pinho e Sousa. O
marido tinha falecido em 1831, ela viria a falecer em 1833.
A partir de 1855 viria a transformar-se no Cemitério Ocidental do
Porto, cemitério de Agramonte.
A capela data de 1870/71 e é da autoria de Gustavo Adolfo Gonçalves,
posteriormente foi ampliada pelo arquitecto Marques da Silva.
Neste cemitério, que ostenta esculturas de Soares dos Reis e de
Teixeira Lopes, podemos encontrar os túmulos de Júlio Diniz, o Conde Ferreira,
Clara de Resende, Rocha Peixoto, Pedro Oliveira, Jaime Isidoro, entre outros.
Começada a ser uma realidade a partir de 1760. Obra do fidalgo da Casa
Real José de Sousa e Melo, Visconde de Veires, que dá o nome à rua onde hoje
ainda existe a casa que mandou construir, apesar de bem modificada.
Também designada por Quinta do Melo, foi expropriada em 1921 para se
instalar aqui a chamada Tutoria Central da Infância.
Existiu nesta quinta, no lado sul da mesma, onde agora se encontra um
parque de estacionamento, na Rua das Águas Férreas, uma fonte com qualidades
curativas.
, ”Havendo-se descoberto hum manancial de água ferrea, no sitio chamado
da Nogueira, junto à Ponte de Cedofeita…”.
Como é facilmente deduzível foi a fonte que veio dar origem ao nome da
rua.
Aquando da segunda invasão francesa, 1809, esteve aqui instalado o
General Nicolau Trent e também aqui esteve um paiol de pólvora.
Também esteve aqui o Asilo de Mendicidade, um hospital provisório por
causa de uma epidemia de cólera, depois o Colégio de Nossa Senhora da Guia, em
1857, e desde 1861 a 1869, o Hospital Militar do Porto.
Em 1880 a congregação religiosa das pelas Franciscanas Missionárias de
Nossa Senhora ou Franciscanas de Calais que nela instalaram a sede da
Congregação no Porto, um colégio e uma casa de recolha de pensionistas,
sobretudo enfermas. Aqui permaneceram até à expulsão das ordens religiosas do
país e nacionalização dos seus bens logo após a implantação da República em
1910.
Aqui funciona o Tribunal de Família, além de outros departamentos do
Ministério da Justiça.
Como curiosidade, e para terminar, foi esta quinta o primeiro local
pensado, para a instalação do Palácio de Cristal, hipótese que, como sabemos,
não foi concretizada, sendo aquele palácio construído na então Quinta da Marca.
Em 2009, e numa cerimónia solene, presidia pelo então primeiro ministro
José Sócrates, e pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, foi lançada a
primeira pedra do futuro Campus da Justiça, que seria um conjunto de edifícios que
iriam albergar duas dezenas de serviços judiciais que estão espalhados pela
cidade.
Como sabemos tal desiderato nunca avançou de facto para lamento da
cidade.
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