sábado, 24 de fevereiro de 2018

Quinta de Agramonte e Quinta das Águas Férreas



QUINTA DE AGRAMONTE
Chamada inicialmente de Quinta da Agra do Monte.
Foi considerada uma das quintas mais bonitas e produtivas da cidade do Porto.
Tinha uma casa de campo, árvores de belo porte e tudo, ou quase tudo vai desaparecer por causa do Cerco do Porto.
Os liberais vão arrasar esta quinta, Agosto de 1832, diz-se que por questão estratégicas e vão usar toda a lenha para ajudar a aquecer uma cidade que estava sitiada.
A quinta foi expropriada por um valor insignificante à esposa do capitão Joaquim de Pinho e Sousa, Joaquina Augusta Rossi de Pinho e Sousa. O marido tinha falecido em 1831, ela viria a falecer em 1833.
A partir de 1855 viria a transformar-se no Cemitério Ocidental do Porto, cemitério de Agramonte.
A capela data de 1870/71 e é da autoria de Gustavo Adolfo Gonçalves, posteriormente foi ampliada pelo arquitecto Marques da Silva.
Neste cemitério, que ostenta esculturas de Soares dos Reis e de Teixeira Lopes, podemos encontrar os túmulos de Júlio Diniz, o Conde Ferreira, Clara de Resende, Rocha Peixoto, Pedro Oliveira, Jaime Isidoro, entre outros.



QUINTA DAS ÁGUAS FÉRREAS
Começada a ser uma realidade a partir de 1760. Obra do fidalgo da Casa Real José de Sousa e Melo, Visconde de Veires, que dá o nome à rua onde hoje ainda existe a casa que mandou construir, apesar de bem modificada.
Também designada por Quinta do Melo, foi expropriada em 1921 para se instalar aqui a chamada Tutoria Central da Infância.
Existiu nesta quinta, no lado sul da mesma, onde agora se encontra um parque de estacionamento, na Rua das Águas Férreas, uma fonte com qualidades curativas.
, ”Havendo-se descoberto hum manancial de água ferrea, no sitio chamado da Nogueira, junto à Ponte de Cedofeita…”.
Como é facilmente deduzível foi a fonte que veio dar origem ao nome da rua.
Aquando da segunda invasão francesa, 1809, esteve aqui instalado o General Nicolau Trent e também aqui esteve um paiol de pólvora.
Também esteve aqui o Asilo de Mendicidade, um hospital provisório por causa de uma epidemia de cólera, depois o Colégio de Nossa Senhora da Guia, em 1857, e desde 1861 a 1869, o Hospital Militar do Porto.
Em 1880 a congregação religiosa das pelas Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora ou Franciscanas de Calais que nela instalaram a sede da Congregação no Porto, um colégio e uma casa de recolha de pensionistas, sobretudo enfermas. Aqui permaneceram até à expulsão das ordens religiosas do país e nacionalização dos seus bens logo após a implantação da República em 1910.
Aqui funciona o Tribunal de Família, além de outros departamentos do Ministério da Justiça.
Como curiosidade, e para terminar, foi esta quinta o primeiro local pensado, para a instalação do Palácio de Cristal, hipótese que, como sabemos, não foi concretizada, sendo aquele palácio construído na então Quinta da Marca.
Em 2009, e numa cerimónia solene, presidia pelo então primeiro ministro José Sócrates, e pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, foi lançada a primeira pedra do futuro Campus da Justiça, que seria um conjunto de edifícios que iriam albergar duas dezenas de serviços judiciais que estão espalhados pela cidade.
Como sabemos tal desiderato nunca avançou de facto para lamento da cidade.

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