quinta-feira, 22 de março de 2018

Miragaia e a Alfândega

Local onde se construiu a Alfândega do Porto.
Em parte corresponde ao antigo Caminho de Miragaia a que se refere a vereação de 5 de Junho de 1405: “mandarom ao procurador da cydade que fezese correger… o camjnho de myragaya ataa casa de fernam Coutinho”. Também denominada no passado por Rua da Nova Alfândega, nome que aliás é o correcto e lhe foi dado por edital de 29 de Maio de 1872 
            A Rua da Nova Alfândega é uma serventia à qual o Roteiro do Porto para 1915 atribui um comprimento de 789 metros 
            A Rua Nova da Alfândega recebe o nome do estabelecimento aduaneiro que aí se localiza, hoje dimensionado para outras actividades, e cuja construção, no exacto lugar onde o Rio Frio desagua no Douro, teve início em 1859, sob o risco do engenheiro C. F. G. Coulson (ou Colson), técnico do ministério das Obras Públicas.
            Gastaram-se na obra cerca de 1.200 contos, alguns dos quais mediante recurso a empréstimo. De registar que, por Carta de Lei de 4 de Setembro de 1869, o Município foi autorizado a contrair um empréstimo de 200 contos para esse efeito. Sofreu entretanto obras de requalificação, tendo por base um projecto do arquitecto Eduardo Souto Moura, a fim de albergar a VIII Cimeira Ibero-Americana (1998) e o Museu de Transportes e Comunicações.
            Iniciados, a 11 de Abril de 1867, os trabalhos de abertura desta artéria, que vai da Rua do Infante à Rua de Monchique, ficaram concluídos por volta de 1871. Foi construída de modo a ficar num plano bastante superior ao rio, a fim de evitar os nefastos efeitos das cheias.
            A sua abertura, para ligação ao novo edifício sacrificou várias outras ruas e vielas do Bairro dos Banhos (Rua dos Banhos, da Munhota ou Minhota, da Porta Nova, do Reguinho, onde tinha nascido Júlio Dinis,da Ourivesaria, das Boas Mulheres do Mestre, do Calca Frades, da Rondela e do Forno Velho) para além de mais de 200 habitações. 
            Frente  à Rua de S. Francisco, aquele pequeno trecho desnivelado que ainda hoje se vê corresponde ao que resta de uma velha artéria, também desaparecida denominada por “tanoaria da Fonte da Rata” (referenciada em documento datado de 1759) onde estanciavam os tanoeiros com suas oficinas.

            Integrava, em 1860, a chamada Estrada da Foz.

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