MURALHAS DE PANO
Existe uma história curiosa em torno das Muralhas Fernandinas que será interessante conhecer.
Foi no ano de 1336 que se começaram a construir as muralhas que viriam a ganhar o nome do rei que as viu finalizar, D. Fernando, mas foi no reinado de D Afonso IV que tudo se passou. De facto, em 1355 e após o assassinato de D. Inês a mando do rei D. Afonso IV, o seu filho D. Pedro, toldado pela dor e pelo ódio, decide vingar-se de seu pai querendo atacar com as suas tropas aquela que seria à época uma das joias da coroa do reino, o Porto.
Foi D. Álvaro Gonçalves Pereira, filho de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga, que, sabendo do propósito de D. Pedro e tendo a noção de que as muralhas não estavam em condições de defender o que quer que fosse, inventou um plano assaz imaginoso que mostrou que o prelado era um homem esperto. Mandou este arrear todas as velas dos navios ancorados no Douro, colocando-as nos sítios onde não houvesse ainda muralhas.
D. Pedro, quando chegou à cidade e ao ver tal desiderato (enganado pelas pinturas feitas nos panos a fingir que era granito) pensou duas vezes antes de atacar a urbe. Sabendo ainda que D. Álvaro estava determinado a defender o Porto, desistiu dos seus intentos, o que foi aproveitado por este para tentar que pai e filho fizessem as pazes já que era amigo de ambos. Esta guerra acabou em 1355, sendo o tratado assinado pelo Infante em Canaveses e pelo Pai em Guimarães. E assim terminou este episódio da cidade do Porto, tendo como pano de fundo os amores trágicos de Pedro e Inês.
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