terça-feira, 30 de janeiro de 2018

PONTES DO PORTO                                                                                                                                                                                                                       
Durante muito tempo, a solução encontrada para transpor os rios foi a utilização de jangadas, barcas, barcaças, etc. E era assim que entre o Porto e Gaia o trânsito se efectuava.
Em 1369, inaugurou-se uma nova forma de transpor o rio que consistia num passadiço formado por barcas intervaladas e ligadas por uma corrente de ferro e, sobre elas, um estrado de madeira. E durante séculos assim foi. Uma “ponte” efémera que servia para ligar as duas margens que cada vez tinham mais contactos comerciais, provocados por uma população em crescente desenvolvimento. Mas esta situação tinha um inconveniente: quando as cheias aconteciam (e elas foram muito frequentes), estes passadiços eram destruídos pela força das águas. Só em 1806 é que se construiu uma ponte mais sofisticada e para servir períodos mais alargados, a denominada:

     
Ponte de Barcas – Inaugurada a 15 de Agosto desse ano de 1806, era constituída por 33 barcaças, ligadas entre si por cabos de aço, e abria em duas partes para dar passagem às embarcações que subiam e desciam o rio. Esta ponte, como é sabido, entrou para a história pelo pior motivo, já que, em 29 de Março de 1809, o alçapão que existia no centro da ponte foi aberto tragando a vida de milhares de pessoas (4000 ou 5000?) que fugiam das tropas do general Soult. Posteriormente, foi reconstruída até à edificação da:


Ponte Pênsil – Foi oficialmente chamada de D. Maria II, mas nunca assim referida. Obra dos engenheiros Bigot e Mellet, foi iniciada em 1841 e inaugurada em 1843. A ponte tinha 170m de comprimento, oito de largura, elevava-se a uma altura de 10m do rio e estava assente em quatro obeliscos com 18m de altura. A empreitada foi realizada em dois anos pela casa Claranges Lucotte & C. Seria demolida em Outubro de 1887 e, em seu lugar, construída a montante uma nova ponte:

Ponte Maria Pia – A primeira grande obra de Gustavo Eiffel é constituída por um arco que suporta um tabuleiro ferroviário com 354m de extensão e está 61m acima do rio. Começada em Janeiro de 1876, foi inaugurada em Outubro de 1877! A sua conclusão permitiu a ligação ferroviária entre o Sul e o Norte, o que ajudou à crescente industrialização da cidade e à transformação, com a edificação da Estação de Campanhã, das freguesias de Campanhã e Bonfim que se tornariam os motores da indústria no Porto.


Ponte Luís I (vulgarmente conhecida por Ponte D. Luís) – No ano de 1879, o governo abriu concurso para a construção de uma ponte que iria substituir a “Ponte Pênsil”.   Foi vencedora a firma belga Société de Willebroeck com projecto do engenheiro Teófilo Seyrig que já tinha sido chefe da equipa de projecto da ponte Maria Pia. A sua construção iniciou-se em 1881 e foi inaugurada em 1886. O arco mede 172m. O tabuleiro superior mede 392m e o inferior 174. Como curiosidade, o custo total da obra foi orçado em 369 contos!
Com o aumento do tráfego automóvel, a cidade viu-se na obrigação de se dotar de novas vias que respondessem às necessidades crescentes e ao aumento da população na margem sul do Douro. Por isso, não é de estranhar que em 1952 tenha sido adjudicada a construção de uma ponte na zona da Arrábida.

Ponte da Arrábida – Com um vão de 270 m, foi durante algum tempo a recordista mundial para pontes em arco de betão armado. O tabuleiro eleva-se a 70 m acima do nível das águas, tem 500 m de extensão e custou 242.000 contos. O autor do projecto foi o Eng. Edgar Cardoso e a obra foi entregue ao Eng. José Zagallo. A construção estendeu-se de Maio de 1957 até 22 de Junho de 1963, dia em que foi inaugurada pelo presidente da República de então, Almirante Américo Tomás.
Com o aumento do tráfego ferroviário, os poderes públicos viram-se na obrigação de substituir a vetusta Ponte Maria Pia, o que aconteceu nos anos 80 do século XX. Edgar Cardoso é convidado a projectar esta nova ponte:


Ponte S. João – Esta ponte tem uma estrutura em pórtico com três vãos, dois de 125 m e um de 250 m. O tabuleiro está apoiado em dois pilares assentes no leito do rio, junto a cada uma das margens. A inauguração deu-se no dia de S. João de 1991.
Em Setembro de 1995 e dadas as novas necessidades de fluidez de trânsito, é inaugurada uma nova travessia a que se deu o nome de:   

       
Ponte do Freixo – Da autoria do professor António Reis, a sua localização é a montante de todas as outras, bem no extremo da cidade. A ponte tem oito vãos, sendo o principal de 150 m, a que se seguem, para cada lado, vãos de 115 m. Tem oito faixas de rodagem.

Por último e na ordem cronológica temos a:


Ponte do Infante D. Henrique – Esta ponte veio substituir para o tráfego automóvel o tabuleiro superior da Ponte Luís I que ficou só para o Metro. A travessia foi inaugurada em Março de 2003, sendo responsável pelo seu projecto o engenheiro Adão da Fonseca. A travessia tem 371 m de comprimento e 20 m de largura. Trata-se de uma ponte à quota alta. Tem duas faixas de rodagem em cada sentido, com um separador central.

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