quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Conservatório de Música do Porto


                               CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DO PORTO

Bernardo Valentim Moreira de Sá ( 1853-1924 )
O Conservatório de Música do Porto foi fundado em 9 de Dezembro de 1917, sendo a sua primeira morada o palacete que o 1º Visconde de Vilarinho de S. Romão (António Lobo Barbosa Ferreira Teixeira Girão) mandou edificar na Travessa do Carregal nº 87. Após a sua morte, e sem descendência, passou o título para seu sobrinho, Álvaro Ferreira Girão, casado com D. Júlia Clamowse Brown (filha da poetisa por­tuense Felicidade Brown), que aqui viveu durante muito tempo. Faziam gala do uso da sua capela dedicada a Santo António do Carregal, que ficava (e fica) logo a seguir ao portão da entrada, mas perfeitamente autónoma, com porta para a rua, encimada por uma coroa condal e, no granito, sobrepujando a porta, a pedra de armas da família e a data "1487 - 1903". Hoje a capela tem uma outra utilização pois está ao serviço da noite do Porto, pois alberga um bar!
Em 1851, esteve aqui alojado o Asilo da Infância, com a particularidade de ter na porta da rua uma caixa de esmolas, solicitando donativos aos transeuntes. A instalação do Conservatório deve-se ao empenho de várias pessoas ao longo de décadas. A necessidade da instalação no Porto de uma escola de música já vinha de longe à imagem do que aconteceu em Lisboa com a criação em 1835 do Conservatório Nacional. Após algumas tentativas goradas, e com o ambiente favorável gerado pela implantação da República, Raimundo de Macedo conseguiu o tão almejado propósito, não sendo despiciendo o facto de o conhecido pianista e director de orquestra ser figura muito respeitada nos meios culturais.
O número de alunos matriculados no ano lectivo de 1917/18 foi de 339, distribuídos pelos cursos de Piano, Canto, Violino e Violeta, Violoncelo, Instrumentos de Sopro e Composição. O Corpo Docente fundador era constituído por: Raimundo de Macedo, Joaquim de Freitas Gonçalves, Luís Costa, José Cassagne, Pedro Blanco, Óscar da Silva, Ernesto Maia, Moreira de Sá, Carlos Dubini, José Gouveia, Benjamim Gouveia e Angel Fuentes. Por indicação do Conselho Escolar e decisão da Câmara Municipal, a primeira direcção foi constituída por Moreira de Sá como director e Ernesto Maia como subdirector. Só em 1975 é que o Conservatório conheceu uma nova casa. De facto, o velho palacete já não obedecia às novas necessidades e exigências e por isso não é de estranhar que a direcção da escola de música tenha junto da câmara alvitrado a hipótese de compra do Palacete que pertenceu à família do banqueiro Pinto Leite à rua da Maternidade. Só que após troca de correspondência com a edilidade portuense este foi de facto adquirido. Mas, estávamos em 1975! Em pleno PREC, com a efervescência típica de um período revolucionário, correu o boato que o velho palacete iria ser ocupado por forças políticas radicais. Assim a direcção da época decide ocupar o palacete que oficialmente iria ser deles! Curiosa aceitação do espírito da época por parte de uma instituição tão prestigiada.
 Até Abril de 1974, altura em que novos modelos de gestão foram adoptados nas escolas, o Conservatório de Música do Porto teve como Directores: Moreira de Sá, Ernesto Maia, Hernâni Torres, Luís Costa, José Gouveia, Joaquim Freitas Gonçalves, Maria Adelaide Freitas Gonçalves, Cláudio Carneyro, Stella da Cunha, Silva Pereira e José Delerue.
Mais uma vez são as condições de instalações que ditam a necessidade de mudança e assim não é de estranhar que a partir de 1999/ 2000 o Conservatório consiga um terreno junto à Casa da Música (e melhor sitio haveria que este?) mas mais uma vez uns contratempos fizeram as coisas mudar de rumo. É nesta altura que surge a hipótese da mudança se efectuar para a instalação da Escola Carolina Michaelis. Hipótese mais uma vez gorada! Mas em 2007, finalmente nova casa, junto ao velho Liceu Rodrigues de Freitas, agora Escola Secundária, após obras para condignamente poder receber a escola, vai albergar, (espera-se por muitos anos) uma escola que já teve nos seus quadros vultos do nível de: Moreira de Sá, Ernesto Maia, Hernâni Torres, Luís Costa, Cláudio Carneiro, José Delerue Helena Sá Costa e a sua irmã Madalena, Miguel Ângelo, Carlos Dubini, José Napoleão e outros vultos não só da musica portuense como nacional.

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