ANTÓNIA ADELAIDE FERREIRA
Nasceu na Régua, em
1811. Filha de um abastado proprietário e negociante de vinhos, José Bernardo
Ferreira e de sua mulher Margarida Rosa Gil.
Em 22 de Outubro de 1834 casa, por conveniência, com o primo António Bernardo Ferreira, igualmente filho único e dono de uma grande fortuna.
Em 22 de Outubro de 1834 casa, por conveniência, com o primo António Bernardo Ferreira, igualmente filho único e dono de uma grande fortuna.
Em 1842 nasce Maria
da Assunção, filha do casal. Entretanto o casal de primos vai-se desentender:
ele vai para Paris e aí morre, em 1844, ela radica - se nas suas quintas do
Douro.
A sua filha, Maria
da Assunção, então com onze anos, vai ser alvo da cobiça do Duque de Saldanha
que era, à época chefe do Governo em exercício.
Este queria casar o seu
filho com ela para daí aceder à fortuna da Ferreirinha. Com ajuda do irmão de
Maria da Assunção, António Bernardo Ferreira, prepara um rapto que vai ser mal sucedido.
D. Antónia opôs se e, para se ver livre
das insistências, transfere se para Lamego. Estávamos em 25 de Agosto de 1854.
O filho do duque, tenta convencer D. Antónia, mas esta resiste e foge para
Londres, onde permanece até 1856.
Ainda na Inglaterra
vai casar, em segundas núpcias, com Francisco Silva Torres., um rico
capitalista portuense.
Maria da Assunção
vai casar, em 1860, com o conde de Azambuja. O casal entrega se a uma vida
libertina e esbanja a grande herança que havia herdado do pai. Acaba por se abrigar
junto da mãe, que a acolheu e ao marido. Em 1861 dá se um naufrágio quando a
abastada família de D. Antónia regressava da sua Quinta de Vesúvio à Régua. Nesse naufrágio morre o barão de Forrester. Em
1870 o filho de D. Antónia (António Bernardo Ferreira, casado com a irmã de Antónia
Plácido Braga, irmã de Ana Plácido,), tal como acontecera à sua irmã, também
abre falência. Nesse mesmo ano, a Maria da Assunção leva a mãe a tribunal,
reclamando a totalidade da sua herança. Em 1877 D. Antónia arremata vários
talhões e baldios no Monte Meão, concelho de Foz Côa e constrói, aí, mais um
grande império. Essa quinta pertence hoje a um seu trineto: Francisco Olazabal.
O marido de D. Antónia morre em 24 de Junho de 1880. Ela morre em 26 de Março
de 1896 na sua Quinta das Nogueiras (Régua). Era a maior proprietária do Douro,
com mais de vinte quintas, com capacidade para mais de 1500 pipas. Na época a
sua fortuna estava avaliada em 5.907 contos. Era das maiores do país. Manuel
Carvalho que fez o relato que nos serve de base, na revista Pública, de O
Público, de 9/2/97, escreve: "no dia do seu funeral, os 4 km de distância
entre a Quinta das Nogueiras e o Cemitério da Régua estavam pejados de
populares que ajoelhavam à passagem do cortejo, chorando a morte de uma
"santa" e de uma "mãe dos pobres". Em 1996 o historiador
Gaspar Martins Pereira publicou um livro sobre a história desta importante
família Duriense, para o que contou com a colaboração de Maria Luísa Nicolau de
Almeida Olazabal que durante dez anos pesquisou em busca de uma investigação
que ressuscitou uma grande Mulher: Dona Antónia Adelaide Ferreira. A
Ferreirinha da Régua.
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