quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Transportes


NOTAS SOBRE A FOZ

A Foz como parte integrante da cidade do Porto é algo recente: De facto só a partir de 1836 um decreto régio de D. Maria II pôs fim a uma independência concelhia que durava desde 1834. Tal situação não admirou dado que o concelho, formado por uma só freguesia (ainda por cima exígua) sem capacidade financeira estava condenada a desaparecer. De referir ainda que durante os dois anos de autonomia os vereadores reuniam-se num edifício já demolido na R. Padre Luís Cabral (antiga R. Central) junto à capela de Sta.Anastácia.

TRANSPORTES DO PORTO PARA A FOZ


Carroção para a Foz

   Os meios de transporte do Porto para a Foz e vice-versa, sofreram ao longo do tempo uma evolução natural não só no sentido de melhorar a qualidade do transporte, mas também de encurtar o tempo de viagem entre a então Praça Nova (Praça da Liberdade) e a Foz. De todas as linhas que existiram, a mais curiosa para os dias de hoje era a que se denominou o “Carroção “que era no dizer de Ramalho Ortigão” um pequeno prédio com quatro rodas, puxado por uma junta de bois”. Dentro havia duas bancadas paralelas, em que se sentavam os viajantes. Por fora sobre uma faixa de cor alegre, lia-se o nome do proprietário “Manuel José Oliveira” conhecido por toda a gente pelo nome de “Manel Zé”. Depois do carroção surgiram os chars – à – bancs, que, eram umas carruagens com assentos laterais e que levavam várias pessoas. Em 1870 o então Barão da Trovisqueira é autorizado pelo decreto de 15 de Agosto a “estabelecer à sua custa na estrada pública entre o Porto e a povoação da Foz, podendo prolongar-se até Matosinhos, um caminho-de-ferro para transporte de passageiros e mercadorias”, servido por cavalos. Em 1874 a Companhia Carris de Ferro do Porto inaugurou uma carreira de americanos entre o então Largo de Ferradores (actual Praça Carlos Alberto) e o Largo de Cadouços (Foz) que se manteve até 1910. A tracção a vapor fez a sua aparição em 1877, no trajecto entre a Boavista e Cadouços, sendo em 1882 prolongado o percurso até Matosinhos, e será para muita gente novidade que tenha existido uma linha de comboio a ligar a Rotunda a Matosinhos passando pela Foz.Em 1882 o trajecto era o seguinte: Boavista, Bessa, Fonte da Moura, Ervilha, Cadouços, R. Túnel, Gondarém, Castelo do Queijo, Matosinhos, (R. Brito Capelo). Será curioso ainda referir que o comboio antes de chegar à Ervilha atravessava uma ponte de pau (actual rua Correia de Sá) sobre a então R. de Serralves (actual R.Tânger) Em meados de 1910 a linha foi suprimida e pelos locais do seu trajecto foi aberto a Av.Marechal Gomes da Costa.Em 1914 é iniciado o processo que visava o prolongamento da linha eléctrica da Boavista ao Castelo do Queijo com a consequente supressão da tracção a vapor.Estas são em linhas gerais as principais notas a referir sobre a evolução dos transportes para a Foz e que ajudaram a fazer aquilo que ela hoje é. 


Sem comentários:

Enviar um comentário