quinta-feira, 8 de março de 2018

Guilhermina Suggia

GUILHERMINA SUGGIA

A artéria que a consagra começa na Rua de Oliveira Martins e termina na Rua Bento de Jesus Caraça, na zona das Antas.
Uma das maiores violoncelista do mundo de sempre.
Uma das maiores figuras da cultura musical portuguesa de todos os tempos.
Guilhermina Augusta Xavier de Medina Suggia nasceu no Porto, Rua de Ferreira Borges em 27 de Junho de 1885.
Em casa respirava-se um ambiente musical, o pai era professor de violoncelo, a irmã pianista.
Graças ao seu talento precoce consegue uma bolsa concedida pela rainha D. Amélia, mulher de D. Luís e vai para Leipzig, Alemanha, concluir os estudos musicais.
Faz uma muito aclamada digressão europeia e regressa ao Porto para ingressar no Quarteto Moreira de Sá, músico brilhante, professor em Berlim e fundador do Conservatório de música do Porto e do Orpheon Portuense, a mais antiga casa de música península ibérica.
Em Espinho conhece Pablo Casals que estava a fazer uma tournée naquela conhecida estância balnear.
Começa aqui uma ligação musical, depois afectiva, que também se viria a revelar tempestiva dado o génio de ambos.
Pablo Casals era muito ciumento em relação a Guilhermina, este ciúme estendia-se também ao talento inato da nossa violoncelista, chegava a esconder o violoncelo para ela não poder treinar!
Nunca casaram, contrariamente ao que D. Guilhermina tinha dito aos pais…
Esta relação tensa, apaixonada mas também agressiva vai terminar em 1912, regressando Guilhermina a Portugal.
Em 1927 casa com o Dr. Carteado Mena, médico muito conceituado da cidade, pioneira da radiologia clínica, e que também está consagrado na toponímia portuense.
D. Guilhermina que centrou a sua vida artística em Londres, morreu em 31 de Julho de 1950 na sua casa da Rua da Alegria.
Ao longo da sua vida foi agraciada com diversos títulos tais como a Medalha de Honra da Cidade do Porto, a Comenda da Grande Oficial da Ordem de Cristo, entre outras.
Mostrando grande sentido de abnegação e generosidade deixou em testamento que o seu violoncelo” Stradivarus” seria doado à Royal Academy of Music de Londres, para com a sua venda seja instituído um prémio anual, que teria o seu nome, para os melhores alunos de cada ano.
Este prémio revelou Jacqueline du Prés (1945-1987), um dos maiores talentos da segunda metade do século XX, mas que uma esclerose múltipla ceifou a vida dela de uma forma precoce.
O outro violoncelo, Montagnana, foi oferecido ao Conservatório de Música do Porto, para instituir um prémio semelhante.
O seu automóvel foi oferecido a um seu criado que, desde sempre  foi fiel à casa.
O imóvel da Rua da Alegria deixou-a em usufruto D.Isabel Millet sua ex aluna e depois grande amiga.
Deixou ainda um violoncelo ao Conservatório de Lisboa, além de outras benemerências

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