RIOS DO PORTO - I PARTE
Vamos hoje dar inicio a uma viagem pelos inúmeros rios que sulcam o nosso subsolo. Sem preocupações de qualquer ordem vamos historiar os diversos rios, ribeiros, cursos de água que habitam o nosso subsolo.
O RIO DA VILA ( ou Rio de Carros –
ou Rio da Cividade – Ribeiro das Hortas) formava-se com as águas de um
manancial
Um
nascia na zona da actual Praça do Marquês de Pombal, descia pela Quinta do
Laranjal (a Avenida dos Aliados dos nossos dias), passava pelo antigo Campo das
Hortas (actual Praça da Liberdade), alimentando hortas e lavadouros.
O outro tinha a sua origem nas elevações da Fontinha, descia pelo actual
Mercado do Bolhão, onde se lhe juntavam as águas de mais um pequeno ribeiro e descia
o que é na actualidade, a Rua de Sá da Bandeira.
Os dois
ribeiros juntavam-se no local onde hoje está a Praça de Almeida Garrett, em
frente à Estação de São Bento, formando o rio da Vila, onde a cidade foi
depositando todas as imundícies, ao longo dos séculos, transformando-o
progressivamente num verdadeiro esgoto a céu aberto e um foco infeccioso.
O rio da Vila aparece indicado no documento de doação de D. Teresa, mãe de D.
Afonso Henriques, do burgo portucalense ao bispo D. Hugo. É designado como Canallem Maiorum, por contraponto ao "canal
menor" que seria o rio Frio, mais para poente. Foi também conhecido por
rio da Cividade, por passar perto do Morro da Cividade.
Num
documento de 1409 o ribeiro aparece descrito como rio de Carros, por correr no subsolo
desta porta aberta na muralha e que ficava em frente à igreja dos Congregados.
Em 1763 a parte deste rio próxima da Ribeira foi coberta com a construção da
Rua de São João. E em 1875 com a abertura da Rua de Mouzinho da Silveira foi
encanado na parte que ainda estava a descoberto. Obras posteriores, como a
construção da Avenida dos Aliados, na segunda década do século XX, foram
condenando ao subsolo também os mananciais do rio da Vila.
Agra (Ribeira da)
Curso de
água que passa junto aos terrenos que foram da Quinta do Rio ou Quinta da
Ribeira (desde 1985 imóvel de interesse público). Nasce a Ribeira da Agra junto
à Rua do Viso, da confluência de dois pequenos cursos de água oriundos da Arca
de Água (Paranhos) e outro do Padrão e do Seixo .
Água (Arca de)
A Arca de
Água ou Arca das Três Fontes, como também foi inicialmente designada, era um
dos principais reservatórios de água do Porto de antigamente. Aqui tinha início
o denominado Manancial de Paranhos cuja construção foi autorizada em Novembro
de 1597. Reinava então Filipe I de Portugal (II de Espanha).
Tem 14,50
metros de comprimento; 8,50 metros de largura e 4 metros de altura. O tecto é
sustentado por três séries de quatro arcos, cada uma com a altura máxima de
2,50 metros
Quando será que se pode voltar a abrir ao público, esse manancial que, segundo nos disse, é tão interessante? Grata por mais este seu trabalho, César!!!!!
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