RIOS DO PORTO- III PARTE
Aguardente (Manancial da)
Era um dos
mananciais utilizados para abastecimento público da cidade. Localizado “no antigo Largo da Aguardente (actual
Jardim do Marquês de Pombal), pertencia aos Padres Congregados do Oratório de
S. Filipe, possuidores da brévia situada em frente da referida nascente. Em
1856 era seu possuinte o capitalista João Baptista Alves Braga” que residia próximo.
O Manancial da Aguardente abastecia a
Fonte da Rua da Alegria e a Fonte Seca também conhecida por Terceira Fonte da
Rua de Santa Catarina.
Aldoar (Ribeira de)
Pequeno curso de água que
banhava os terrenos onde, entretanto, foi erguido o Parque Ocidental da Cidade,
mais conhecido apenas por Parque da
Cidade, antes de desaguar no mar.
Entubado, por força disso, dela subsistem apenas dois pequenos troços a
céu aberto na Avenida da Boavista, próximo da Fundação Cupertino de Miranda e
no Bairro de Aldoar.
Asprela (Ribeira da)
Curso de água que nasce no Porto
e segue em direcção a Matosinhos
Passando
junto à Faculdade de Economia (Porto Sempre – Nº 25 – Página
10), é assim denominada
pelo facto de a sua nascente ficar no antigo Lugar da Asprela.
Azenha (Rio da)
Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de
Paranhos e cujo nome lhe vem do facto de correr no antigo Lugar da Azenha.
Barrocas (Rio das)
Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de
Paranhos, que Cunha e Freitas crê ter dado nome à Rua do Rio
Batalha (Ribeiro da)
Assim se designava o pequeno
curso de agua que sepenteava pelo espaço que agora se designa por Praça da
Batalha
Ele é o regato que vem da porta de cima de vila” com o qual confrontava o Casal
de Paio de Novais, conforma instrumento de apegação e vedoria de 24 de Março de
1616
Bonjardim (Ribeiro do)
Pequeno curso de água cuja
nascente, pequena, (por isso Fontinha)
ficava nas denominadas Pedreiras da Fontinha.
Com a água do Ribeiro do Bonjardim se regava a Quinta
do Laranjal “todos os domingos "desde as
seis horas da tarde até segunda feira as seis horas da manham. E, no segundo
domingo do mez, tem das seis horas de pela manham athé as seis horas da segunda
feira pela manham. E em todas as quartas feiras desde as seis horas da tarde athé
as seis horas da quinta pela manham," isto para regar no tempo das regas”
O Ribeiro do Bonjardim, correndo
a céu aberto, ia juntar-se a outros, mais ou menos em frente da Igreja dos
Congregados, formando o conhecido Rio da Vila que, ainda hoje, corre encanado
sob o piso da Rua de Mouzinho da Silveira e que também é denominado, em
documentos antigos, por Rio da Cividade.
Campanhã (Rio de)
É o nome pelo qual aparece
referido o Rio Torto na Carta Topográfica da Cidade, executada em 1892 por Teles Ferreira.
A Carta em questão sinaliza-o,
serpenteando pelo vale de Campanhã e desaguando no Rio Douro, junto ao estremo
poente do Palácio do Freixo, a nascente da foz do Rio Tinto. Da mesma forma o
assinala a “Planta da Cidade do
Porto referida ao Anno de 1903”
O Rio de Campanhã corresponde ao
Esteiro de Campanhã referenciado pelo Padre Tavares
Martins no seu trabalho A Paróquia de
Santa Maria de Campanhã (Subsídios para uma Monografia), publicado em 1964
O Rio de Campanhã ou Caneiro de
Campanhã corresponde ao Rio Conari mencionado
no documento pelo qual D. Afonso Henriques, em 1138, confirmou e alargou ao
bispo D. João Peculiar o couto do Porto. Mais não é que um ribeiro que “nasce nas fraldas occidentaes da serra de
Vallongo,atravessa a estrada de Vallongo no sitio de Pontelhas, passa pela
freguezia deFanzeres, entra na de S. Cosme, depois na de Campanhã, passando
pelos logares de Furamontes, Gato, Faial, Granja, Palhota, e no seu ultimo
curso, e na parte mais visinha ao Esteiro, onde se mette no Douro, é que tem o
nome de Caneiro” .
Carros (Rio de)
Citado
num documento de 1120 quando refere um “portum
de rivo de Carros” (antiga Portucale),
este “rio de Carros deve ser o rio da
vila, uma vez que se sabe que também ao pé desse rio ficava a porta de carros,
séculos depois, mas que certamente recebeu do rio o seu nome” .
Horácio
Marçal é mais afirmativo e diz que ele tomou esse nome “desde que lá ergueram o Postigo ou Porta de Carros, em 1409… por
correr no subsolo da dita porta, porta esta que igualmente deu o seu nome a uma
rua e à Capela de Santo António (da Porta de Carros) edificada em meados do
século XVII e substituída pela Igreja dos Congregados em 1680”
“É sabido que o mesmo rio de carros também aparece
denominado como rio da Vila e rio da Cividade”
Cont....
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