segunda-feira, 30 de abril de 2018

RIOS DO PORTO- V PARTE


Mijavelhas (Rio de)
                Também conhecido por Ribeiro de Mijavelhas ou Rio do Poço das Patas, por ficar no Campo do Poço das Patas (hoje Campo de 24 de Agosto), tinha também o nome de Rio das Lavadeiras (1697). 
                Assim denominado por ter origem no chamado Campo de Mijavelhas desagua no rio Douro logo depois de cruzar os terrenos que foram da Quinta do Reimão e da Quinta da Fraga .
                Antes disso, depois de passar sob a chamada Ponte do Poço das Patas, que se crê ainda existente, soterrada, em frente ao edifício da Junta de Freguesia do Bonfim, atravessava os terrenos que eram da Quinta do Reimão
                Informa-nos Horácio Marçal de que no Ribeiro de Mijavelhas, “já no primeiro decénio do século XVI funcionavam algumas azenhas, donde saíam, moídos, os cereaisa destinados ao consumo público”

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Nevogilde (Ribeira de)
                Um dos cursos de água que ficam junto ao trajecto da projectada Avenida de Nuno Álvares Pereira. Segundo o que está previsto no PDM deverão ser “mantidos os troços das ribeiras de Nevogilde e da Ervilheira que se encontram a céu aberto” .
                A Ribeira de Nevogilde que segue entubada ao longo da Rua do Funchal, junto à Igreja paroquial permanece ainda a céu aberto.

Nevogilde (Rio de)
                Este curso de água aparece-nos referido num documento de 27 de Abril de 1710 .
                O mesmo que Ribeira de Nevogilde dos tempos mais modernos. Ver Nevogilde (Ribeira de).

Nossa Senhora da Ajuda (Ribeira de)
                O mesmo que Ribeira da Agra ou Ribeira da Agra de Ramalde que, entre outros nomes também foi designada por Ribeira de Lordelo, Ribeira da Maiorca e ainda por Ribeira das Ratas. 

Nossa Senhora da Batalha ( Rio )
                O Rio de Nossa Senhora da Batalha  não passava de um simples ribeiro que serpenteava pelo espaço que hoje se denomina Praça da Batalha e que ficava (1560) “da banda da cidade” ou seja do lado ocidental .
                Era alimentado pelas águas que provinham do manancial do então chamado Campo de Mijavelhas (hoje Campo de 24 de Agosto) que igualmente “alimentava um pequeno chafariz que ficava da parte de fora da muralha” (

Palheta (Rio da)
                Curso de água que ficava à margem da Quinta de Vessada e que tinha o nome do lugar onde passava. Ao “rio chamado da Palheta que não pode vadear ainda no verão” se refere uma petição datada de 5 de Junho de 1709 
                Tudo leva a crer que ele seja o troço do chamado Rio de Campanhã ou Rio Conari mencionado no documento pelo qual D. Afonso Henriques, em 1138, confirmou e alargou ao bispo D. João Peculiar o couto do Porto. 



Pêgo Negro (Ribeiro de)
                Assim aparece denominado, em 1785, o curso de água que passa no Lugar de Pêgo Negro. É o conhecido Rio Tinto. 

Poço das Patas (Rio do)
                Também conhecido por Ribeiro de Mijavelhas, Rio de Mijavelhas ou Rio das Lavadeiras ficava no Campo do Poço das Patas que hoje tem o nome de Campo de 24 de Agosto, onde nascia. Era alimentado com as águas que recebia das vertentes que vinham do Monte do Bonfim e da Póvoa de Cima (Praça da Rainha D. Amélia).
                Depois de passar sob o arco granítico da Ponte das Patas, cruzava os terrenos da Quinta do Reimão e depois da Quinta da Fraga, antes de desaguar no Rio Douro. 

Portuzelo (Rio de)
                Pequeno curso de água que corre pelo Lugar de Gondarém e que na Idade Média tinha o nome de Ribeiro de S. Paio  Em tempos mais recentes (1881) era (é?) conhecido por Ribeiro de Gondarém .
Um curso de água que nos aparece referido numa carta de foro, datada de 20 de Abril de 1330, pela qual D. Afonso IV deu a João Rodrigues, ourives do Porto e a Maria Pires, sua mulher “os meus três casaes que eu ei na freguesia de leuovegilde como sse começa na malhada do mar e vai sse ao lugar de penellas desi pelo rio de porteselo”

Prado (Rio do)
                Ficava em Nevogilde este curso de água que nos aparece referido num documento de 25 de Julho de 1738 .

Queijo (Regato do)
                Também denominado por Ribeiro da Vilarinha, tem origem a sudoeste do planalto da Senhora da Hora. E desagua no oaceano um pouco a norte do Forte de S. Francisco Xavier, vulgarmente chamado de Castelo do Queijo, que lhe empresta o nome (J. Carrington da Costa – in Nova Monografia do Porto – 1938 – Página 11).
Outrora mais caudaloso do que é hoje, o volume das suas águas foi cerceado com a abertura da Avenida da Boavista, uma vez que desviou alguns dos cursos de água que o aumentavam. Ele deve ser o Rio do Queijo de 1738. V



Rego das Consortes (Regato)
                Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de Paranhos. O regato denominado por Rego das Consortes corre entre os lugares da Azenha e da Asprela. É formado por águas provenientes “das vertentes das alturas do Conde de Ferreira-Antas ao qual se juntam dois ribeiros que passam no Lugar da Azenha, bem como outros dois da Manga e da Azenha” .

S. Paio (Ribeiro de)
                Assim era designado na alta Idade Média o pequeno curso de água que corre pelo Lugar de Gondarém e que depois teve a denominação de Rio de Portuzelo ). Já conhecido por Ribeiro de Gondarém 


Tinto (Rio)
O Rio Tinto é um curso de água que nasce em Ermesinde (Valongo), atravessa a homónima freguesia e desliza pelo vale de Campanhã antes de desaguar no Douro. Correndo a poente do Rio Torto, próximo da foz toma o nome de Caneiro de Campanhã.
              
Torto (Rio)
Também denominado por Ribeiro da Granja corre em território da Freguesia de Campanha, a nascente do Rio Tinto, antes de desaguar, próximo da foz deste, junto ao chamado Esteiro de Campanhã onde foi entretanto construída a designada Marina do Freixo.
                O Rio Torto, que passa sob a Ponte do Gato, corresponde ao Rio de Campanhã o referida ao Anno de 1903” -  que, antes de desaguar no Douro, passa igualmente sob o leito da Rua do Freixo. O Rio Torto é um dos dois “regatos sem nome” da Freguesia de Campanhã que desaguavam no Douro (1758). Com início no Monte das Lagoas, “pela ponte pequena de Campanhã de baixo vae ao estreito metter-se no Douro”
                A propósito deixamos a informação de que em sessão de 25 de Março de 1933 foi aprovado o “projecto de reforço dos muros de suporte da Ponte sobre o Rio Torto na Rua do Freixo” (Arq. Histórico – Livro de Actas da Comissão Administrativa – A.PUB 225 – Folha 53).
                Torto é também o nome de um pequeno rio que nasce na Serra de Guilheiro e é um dos dos afluentes da margem esquerda do Douro.

Travessa (Rio da)
                Um dos cursos de água da Freguesia de Paranhos cujo nome lhe vinha, certamente, pelo facto de correr pelo lugar com essa denominação. 
                Curso de água que nos aparece mencionado num documento do Cabido (1483), relativo a uma repartição d bens: “o forno além do Rio do Vale de Cidral, com casa do tojo, do forneiro…

                
Vila (Rio da)
                Curso de água, ainda hoje existente, que é formado por dois braços distintos que recolhem águas de variadas origens: um que corre mais a poente (Vale de Germalde, entre o Monte da Lapa e o Monte da Fontinha), pela Rua de Camões,  Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade (a denominada Ribeira das Hortas); outro a nascente (Vale de Fradelos, entre o Monte da Fontinha e o Monte dos Congregados), que “nasce debaixo da Rua de Santa Catarina, na proximidade da Travessa das Musas (a norte da Rua de Gonçalo Cristóvão), desce ao Mercado do Bolhão, para correr  na direcção das ruas de Passos Manuel e de 31 de Janeiro, e cair em catadupa sob a entrada da Rua da Madeira” ..
                Ambos se encontram mais ou menos onde ficava a antiga Porta de Carros (frente à Igreja dos Congregados) donde segue, sob o piso abobadado da Rua de Mouzinho da Silveira e Rua de S. João, em direcção ao Douro, onde desagua e onde em tempos bastante remotos, se fundou Cale que depois evoluiu para Portucale.
                Ele é, segundo a maioria dos autores, o Canalem Maiorem (Canal Maior) da doação da rainha D. Teresa ao bispo D. Hugo. Rio da Cividade e Rio de Carros foram outras das designações que teve. 
                Pela curiosidade, e para se ter uma noção do que ele era no passado remoto, não resistimos a citar um documento de 18 de Junho de 1534 relativo ao “Emprazamento de hum moinho arruinado, sito no rio da vila, por detrás do dito hospital (Hospital das Congostas) e da banda das Congostas assima da porta onde se passa o rio”. Durante séculos foi “a cloaca máxima da cidade” pelo facto de para o seu leito serem lançadas todas as imundices domésticas da ruas suas vizinhas. Ver Gonçalo Cristóvão (Viaduto de) e Rio da Vila (Rua do).

Vilão (Rio)
                Curso de água que, entre charcos e campos pantanosos, corria até à Fonte da Moura e não passava de um ribeiro. O Rio Vilão daria origem ao topónimo Revilão usado numa das ruas da Freguesia ). Era era também o patrono, entre outras, de uma propriedade localizada em Ramalde de Baixo.
                Segundo Tito Lívio Van Krieken “descia o dito rio pelo sítio das Lameiras – hoje parte da Rua do Jornal de Notícias - serpenteando, depois, por terras do lugar do Funchal e do lugar da Boa Vista, onde chegou a criar problemas na construção da velha Igreja de S. Martinho, até ao mar".

Vilar (Ribeira de)
                Nascendo “por trás do antigo Liceu D. Manuel II, actual Rodrigues de Freitas, (próximo da igreja de Cedofeita), corre pela Carvalhosa, Rua da Piedade, parte da Rua de D. Pedro V, e vai aparecer a céu aberto sob o arco dos lavadouros da Rua dos Moinhos, de onde desce para Massarelos”..

Vilar (Rio de)
Nas proximidades da Carvalhosa, entre as actuais Praça de Pedro Nunes e Largo de Alexandre Sá Pinto, juntavam-se três pequenos cursos de água vindos dos pontos mais altos (um da Praça da República, outro do Monte Pedral e um outro da Avenida de França) . Do encontro dessas águas (por alturas do actual Largo de Alexandre de Sá Pinto) resultava um pequeno riacho que corria pelas ruas da Piedade e de D. Pedro V, marginando a Rua dos Moinhos. Era o Rio de Vilar que fazia mover numerosas azenhas e moinhos que deram nome ao Lugar das Azenhas de Vilar .
O Rio de Vilar, segundo as Memórias Paroquiais (1758), nasce na antiga aldeia de Fial. Uma parte está entubada (a que corre sob o leito da Rua da Piedade); a parte restante, a partir da Rua de Vilar, junto à Rua de D. Pedro V e paralela à Rua dos Moinhos, corre a céu aberto até encontrar o Douro, la no fundo.
                Era o “célebre Ribeirinho que… de modo geral era conhecido por ribeiro de Miragaia”


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