quinta-feira, 31 de maio de 2018

CEMITÉRIOS DO PORTO-III PARTE




CEMITÉRIOS DO PORTO - III PARTE


Lapa (Cemitério da)


  Autorizado por Portaria do Duque de Bragança, datada de 24 de Julho de 1833, é o mais antigo da cidade. Composto de duas partes, a mais moderna foi solenemente inaugurado a 22 de Abril de 1860: “Amanhã, 22 de Abril, inaugura-se o novo cemitério, que a irmandade de Nossa Senhora da Lapa mandou construir junto do antigo”, publicita o jornal O Amigo do Povo de 21 de Abril de 1860. É o mais antigo cemitério romântico português e o último cemitério privado do país. Neste local de visita aprazível, de belas avenidas e canteiros cuidados, verdadeira necrópole de vultos notáveis, repousam Camilo Castelo Branco, Ferreira Borges, Soares de Passos, o sertanejo Silva Porto, Coronel Pacheco, Alves da Veiga, o bispo Frei Manuel de Santa Inês, que o benzeu e a fundadora do Hospital da Lapa (Luísa Joaquina Bruce), entre outros. O Cemitério da Lapa é um autêntico museu de túmulos monumentais.
                Junto ao jazigo da família Freitas Fortuna, onde repousa Camilo Castelo Branco, está um padrão em honra do Senhor da Boa Fortuna, um dos três existentes na cidade com esta invocação. Estava inicialmente junto à Capela de Nossa Senhora das Dores e S. José na Rua de Augusto Rosa (o antigo edifício do Recolhimento do Postigo do Sol hoje ocupado pela Universidade Lusófona e antes pela Universidade Moderna). Os outros dois estão na Rua dos Caldeireiros e no Barredo onde continuam a merecer o carinho e a devoção do povo.
 Adjacente à Igreja da Lapa,da qual recebe o nome, localiza-se no Largo da Lapa. Faz parte da Freguesia de Cedofeita. Em Junho de 2003 teve início o seu processo de classificação, pelo IPPAR, como património nacional.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

CEMITÉRIOS DO PORTO - II PARTE


CEMITÉRIOS DO PORTO - CEMITÉRIO INGLÊS



Inglês (Cemitério)

  O Cemitério Inglês “foi o primeiro verdadeiro cemitério permanente e ao ar livre na cidade do Porto” cuja construção recua aos últimos anos do século XVIII .
Dava ele sepultura “a todos os protestantes, incluindo germânicos, holandeses, suíços e hanseáticos” .
Ocupa o espaço de uma propriedade rural que foi do lavrador António José de Sá, conhecida por Campo da Feira de Baixo e também por Leira da Cortelha adquirida, em 1797, pelo cônsul inglês de então John Whitehead, amigo pessoal de João de Almada. Aqui esteve instalada, durante o Cerco do Porto, uma das fortificações das tropas liberais: a Bateria do Cemitério dos Ingleses.
                Numa reunião havida na Feitoria Inglesa, em 2 de Abril de 1798, “foi decidido que as sepulturas do cemitério britânico portuense passariam a ser abertas, em sequência, da esquerda para a direita e que uma lápide numerada com dois palmos de altura acima do solo, em ardósia de Valongo, fosse colocada na cabeceira de cada sepultura, ficando uma pedra com metade da dimensão aos pés” .
                Erguido num terreno que foi foreiro da Colegiada de Cedofeita, junto à Quinta da Torre de Pedro Sem, é também conhecido por Cemitério dos Ingleses.  Localiza-se na Rua da Boa Nova junto ao Largo da Maternidade de Júlio Dinis (Freguesia de Massarelos) que foi outrora Campo Pequeno e, no primeiro quartel do século XIX, Largo dos Ingleses. Nele está sepultado, desde 1802, o autor do projecto da Praça da Ribeira e do edifício da Feitoria Inglesa, o cônsul John Whitehead.
                Do cemitério faz parte a Igreja de Saint James. Construída entre 1815 e 1818, segundo risco do arquitecto Costa Lima, é “a mais antiga igreja inglesa no continente europeu” .
 O Cemitério Inglês guarda ainda algumas sepulturas de aviadores mortos durante a última Grande Guerra. Ocupa o lado poente deste Largo onde se vê um elevado muro com um amplo portão aberto em arco de meia volta. 



terça-feira, 22 de maio de 2018

CEMITÉRIOS DO PORTO


CEMITÉRIOS DO PORTO- I PARTE

CEMITÉRIOS DO PORTO


Agramonte (Cemitério de)

            Cemitério público da zona ocidental da cidade, razão pela qual começou por ser chamado Cemitério Ocidental. Assim o referencia a Carta Topográfica da Cidade elaborada em 1892 por Teles Ferreira. Tinha essa designação por oposição ao outro, também já existente na parte oriental e que já então tinha o nome de Cemitério do Prado do Repouso, que mantém.
            Segundo aquela planta, no topo norte deste Cemitério ficam os talhões reservados à Ordem da Trindade (lado poente) e Ordem de S. Francisco (lado nascente). No lado contrário, no topo sul, ficava o talhão da Ordem do Carmo (o maior, do lado nascente) e o talhão destinado aos “Não Católicos”
            Próximo da Rotunda da Boavista, é mais moderno (16 anos) que o do Prado do Repouso, começou a funcionar em 1855. Construído em terrenos do Campo da Bouça e do chamado Campo de Agramonte (que integrava a quinta da família Correia de Pinho ou Quinta de Agramonte também chamada Quinta da Bouça), foi benzido pelo bispo, depois cardeal, D. Américo, em 2 de Setembro de 1855, sendo aberto na mesma data. Reinava D. Pedro V.
  A “importante casa de campo, muros e árvores da bela quinta de Agramonte” considerada uma das mais formosas e produtivas dos subúrbios do Porto, foi mandada queimar e arrasar pelo Duque de Bragança, D. Pedro IV, em 2 de Agosto de 1832, por razões de ordem estratégica.
            Deliberada a sua ampliação em 1866, as obras tiveram início em 1870, altura em que a Câmara foi adquirindo e expropriando para o efeito os terrenos vizinhos. 
            Muitas figuras ilustres aí repousam. Contém, por isso, magníficos monumentos fúnebres este espaço. É o caso do Conde de Ferreira (secção da Ordem da Trindade) em jazigo encimado pela valiosa estátua da autoria do escultor Soares dos Reis. Outro jazigo de registo é o mausoléu onde repousam as vítimas da tragédia do Teatro Baquet (20 para 21 de Março de 1888) do qual constam pedras e ferros calcinados retirados dos escombros.
            Informa-nos Horácio Marçal, a título de curiosidade e que gostosamente lembramos, de que o primeiro enterramento no Cemitério de Agramonte “foi de uma mulher natural da freguesia de Mafamude, Vila Nova de Gaia, chamada Maria Rosa, de 50 anos de idade, solteira, funcionária do Hospital da Misericórdia, falecida de uma febre tifóide, em 14 de Setembro de 1855.

Adaptada de um longo texto sobre o cemitério de Agramonte do investigador Carmo Ferreira
        

quinta-feira, 17 de maio de 2018

SÍMBOLOS DA CIDADE DO PORTO


SÍMBOLOS DA CIDADE DO PORTO


Colar do Presidente da Câmara Municipal do PortoBandeira
Bandeira quarteada de oito peças, quatro brancas e quatro verdes. Cordões e borlas de prata e de verde. Haste e lança douradas.

MEDALHAS MUNICIPAIS
As Medalhas Municipais dividem-se em sete categorias:

- De Honra da Cidade; 
- De Mérito; 
- De Valor e Altruísmo;
- De Valor Desportivo;
- De Bons Serviços; 
- De Dedicação; 
- De Comportamento Exemplar. 

Todas elas têm três graus (Ouro, Prata e Cobre), com exceção para a Medalha de Honra da Cidade que é apenas atribuída no Grau Ouro.

CHAVES DA CIDADE
As Chaves da Cidade representam um alto galardão municipal destinado a distinguir personalidades que, pelo seu prestígio e pela sua ação, tenham colocado o nome da Cidade e do País nos mais elevados patamares do Mundo.

A Câmara Municipal do Porto pretende assim conferir ao ato de entrega das Chaves da Cidade um elevado grau de solenidade e uma rigorosa seletividade na designação dos galardoados, condição indispensável para evitar a sua banalização e, por conseguinte, o esvaziamento do seu elevado significado.
Colar do Presidente da Câmara Municipal do Porto
O Colar é a representação simbólica do exercício do poder autárquico,
sendo por isso usado em ocasiões solenes pelo Presidente e pelos Vereadores.

Colar dos Vereadores da Câmara Municipal do Porto
O Colar é a representação simbólica do exercício do poder autárquico,sendo por isso usado em ocasiões solenes pelo Presidente e pelos Vereadores.Escudo em prata com as armas da Cidade, rodeado pelo colar do Ordem Militar da Torre e Espada, pendente de colar da cor da bandeira municipal.

Selo
Selo circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal da Cidade do Porto».

                        In Sítio da Internet da Câmara Municipal do Porto




sábado, 12 de maio de 2018

O DRAGÃO E A CIDADE DO PORTO

O DRAGÃO COMO SÍMBOLO DA CIDADE
O dragão é um símbolo da cidade do Porto muito antes de ser associado ao Futebol Clube do Porto, cujo emblema reproduz as armas da cidade tal como foram promulgadas em 1837.
No livro "Lendas do Porto", Joel Cleto dá conta de que na cidade o dragão está representado em vários monumentos, como numa das faces da torre da Casa dos 24, ao lado da Catedral, em fontanário, como o que se encontra nos jardins do Barão de Nova Sintra, ou na estátua de D. Pedro IV na avenida dos Aliados.Deve-se a D. Pedro IV o epíteto de "cidade invicta" designando o Porto, pelo forte apoio da cidade às tropas liberais do monarca contra as absolutistas lideradas pelo seu irmão D. Miguel que cercavam a cidade. Este episódio histórico que causou "inúmeros mortos" valeu ao Porto vários privilégios atribuídos pelo monarca que quis deixar na cidade o seu coração que se encontra actualmente num dos altares da igreja da Lapa, adornado também com um dragão.A Rainha D. Maria II, filha de D. Pedro IV, promulgou o brasão de armas da cidade, que incluía uma coroa ducal, segundo a vontade do seu pai. D. Pedro decretou que o filho segundo do Rei ostentaria o título de duque do Porto."  Dessa coroa sobressai um dragão negro das antigas armas dos senhores reis destes reinos".Deste modo, o emblema do Futebol Clube do Porto, escolhido em 1922 por sugestão do jogador Augusto Baptista Ferreira ( conhecido pelo nome de Simplício), reproduz o que representou a cidade até à reforma heráldica de 1940 que lhe retirou a coroa ducal e o dragão.
                                                                           " in  JN 24/12/2012


terça-feira, 8 de maio de 2018

BRASÃO DA CIDADE DO PORTO



BRASÃO DA CIDADE DO PORTO

Muitas foram as alterações deste marco representativo da cidade, muito embora seja de apontar que a sua estrutura básica se manteve ao longo de diferentes reinados apenas tendo sido acrescentado pormenores artísticos e caracterizadores desta tão bela cidade situada nas margens do Douro que carinhosamente molha os pés dos portuenses.

O original brasão da Invicta representava « uma cidade de prata, em campo azul sobre o mar de ondas verdes e douradas».

Em 1517 sofre a primeira alteração, ao qual foi incluído ao imagem de Nossa Senhora de Vandoma, com o menino Jesus nos braços sobre um fundo azul e entre duas torres.

Em 1813 e aquando da Segunda modificação, a imagem de Nossa Senhora aparece ainda ladeada por duas torres encimadas por um lado por um braço e por outro por uma bandeira.

Em 1834 no reinado de D Pedro IV ao brasão foi introduzido uma inscrição « Antiga, mui Nobre sempre Leal e Invicta cidade».

Este brasão era então constituído por um escudo esquartelado, cercado pelo colar da Ordem da Torre e Espada, tendo nos primeiros e quartos quartéis as armas de Portugal e nos segundos e terceiros as antigas armas da cidade. Encimava o escudo um dragão verde assente numa coroa ducal, sobressaía uma longa faixa com a legenda Invicta.

A ultima alteração, em 1940, do brasão dá-lhe a forma actual conhecida por todos, representado pelas armas. Apresenta-se assim de azul com um castelo de ouro, constituído por um muro ameado e franqueado por duas torres ameadas, aberto e iluminado a vermelho, sobre um mar de cinco faixas ondeadas, sendo três de prata e duas de verde.

Sobre a porta assente numa mesura de ouro a imagem da virgem com diadema na cabeça, segurando um manto azul e com o menino ao colo, ambos vestidos de vermelho, acompanhados lateral e superiormente por um esplendor que se apoia nas ameias do muro.

Em destaque dois escudos de Portugal antigo. No cimo uma coroa mural de prata, de cinco torres e um coral da ordem militar da Torre e Espada, do Valor e do Mérito.

A listel branco a inscrição « Antiga, mui Nobre sempre Leal e Invicta cidade do Porto».




In " Câmara Municipal do Porto"