CEMITÉRIOS DO PORTO- I PARTE
CEMITÉRIOS DO PORTO
Agramonte (Cemitério de)
Cemitério
público da zona ocidental da cidade, razão pela qual começou por ser chamado Cemitério Ocidental. Assim o referencia a Carta
Topográfica da Cidade elaborada em 1892 por Teles Ferreira. Tinha essa designação
por oposição ao outro, também já existente na parte oriental e que já então
tinha o nome de Cemitério do Prado do
Repouso, que mantém.
Segundo
aquela planta, no topo norte deste Cemitério
ficam os talhões reservados à Ordem da Trindade (lado poente) e Ordem de S.
Francisco (lado nascente). No lado contrário, no topo sul, ficava o talhão da
Ordem do Carmo (o maior, do lado nascente) e o talhão destinado aos “Não Católicos”
Próximo da Rotunda da Boavista, é mais moderno (16 anos) que o do Prado do Repouso,
começou a funcionar em 1855. Construído em terrenos do Campo da Bouça e do
chamado Campo de Agramonte (que integrava a quinta da família Correia de Pinho
ou Quinta de Agramonte também chamada Quinta da Bouça),
foi benzido pelo bispo, depois cardeal, D. Américo, em 2 de Setembro de 1855,
sendo aberto na mesma data. Reinava D. Pedro V.
A “importante casa de campo, muros e árvores
da bela quinta de Agramonte” considerada uma das mais formosas e produtivas
dos subúrbios do Porto, foi mandada queimar e arrasar pelo Duque de Bragança,
D. Pedro IV, em 2 de Agosto de 1832, por razões de ordem estratégica.
Deliberada
a sua ampliação em 1866, as obras tiveram início em 1870, altura em que a
Câmara foi adquirindo e expropriando para o efeito os terrenos vizinhos.
Muitas
figuras ilustres aí repousam. Contém, por isso, magníficos monumentos fúnebres
este espaço. É o caso do Conde de Ferreira (secção da Ordem da Trindade) em
jazigo encimado pela valiosa estátua da autoria do escultor Soares dos Reis.
Outro jazigo de registo é o mausoléu onde repousam as vítimas da tragédia do
Teatro Baquet (20 para 21 de Março de 1888) do qual constam pedras e ferros
calcinados retirados dos escombros.
Informa-nos
Horácio Marçal, a título de curiosidade e que gostosamente lembramos, de que o
primeiro enterramento no Cemitério de Agramonte “foi de uma mulher natural da freguesia de Mafamude, Vila Nova de Gaia,
chamada Maria Rosa, de 50 anos de idade, solteira, funcionária do Hospital da
Misericórdia, falecida de uma febre tifóide, em 14 de Setembro de 1855 .
Adaptada de um longo texto sobre o cemitério de Agramonte do investigador Carmo Ferreira
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