sábado, 30 de junho de 2018

PLACAS TOPONÍMICAS -V


PLACAS TOPONÍMICAS -V

Rua das Aldas


Uma das, ruas mais antigas do Porto.
A origem da Rua das Aldas perde-se na memória do tempo e remonta certamente aos princípios da
Nacionalidade.
Mas qual a origem do topónimo? Em rigor não se sabe.
Alguns autores dizem-nos que Aldas vem de Aldara, ou de Santa Aldara, ou ainda Ilduara, a mãe de S. Rosendo, o famoso Bispo de Dume.
Nome muito popular na Galiza, segundo alguns etimólogos vem do germânico, hild guerreiro e wars, sábio.
Era nora de Afonso III e cunhada de Ordono II da Galiza.
Foi uma das mais poderosas mulheres do seu tempo (século IX), casou com Gutierrez Menendiz e esta ligação vai proporcioná-los serem uma das mais poderosas famílias da Galiza neste período.
A sua administração foi considerada muito sensata e ponderada no que ao exercido da autoridade dizia respeito.
Juntamente com o seu filho, o futuro S. Rosendo, funda o Mosteiro de S. Salvador de Celanova, ao qual doou grande parte do seu património no final da vida.
Mulher de grande beleza era também conhecida pelas suas virtudes e forte sentido religioso.
No final da vida retirou-se para um convento alheando-se das coisas mundanas o que a tornou quase santa aos olhos do povo.
Dos seus cinco filhos, o mais famoso seria Rosendo que se tornaria Bispo de Dume e Celanova e administrador apostólico da Sé de Iria- Santiago de Compostela.
Outros autores dizem que Aldas é o nome de uma medida medieva pela qual se mediam os panos.
A rua também esteve envolvida numa confusão de mudança de nome que uma vereação camarária decidiu fazer no século XVIII.
A Rua das Aldas já se chamou Rua de Sant’ana, a rua que tem esta designação chamou-se outrora Rua das Aldas!
No século XIV os judeus tinham aqui uma pequena sinagoga, daí a designação Rua da Sinagoga pela qual a artéria era conhecida.
Hoje é uma rua como que adormecida no tempo, povoada por uma população idosa e sofrendo também ela a sangria populacional que toda a Zona Histórico do Porto está vivendo desde os anos oitenta do século XX.

terça-feira, 26 de junho de 2018

PLACAS TOPONÍMICAS-IV


PLACAS TOPONÍMICAS-IV

Visconde de Bóbeda (Rua do)

          Integra a Freguesia do Bonfim esta artéria que começa junto ao edifício apalaçado da Associação dos Industriais de Ourivesaria e Relojoaria do Norte,  e termina na Rua do Morgado de Mateus, antiga Rua da Murta. Está assim denominada desde 30 de Dezembro de 1839 .
              Antes disso, como simples beco, era conhecida por Rua da Cerca pelo facto de “ter feito parte da antiga cêrca do convento de Santo António da cidade, onde actualmente estão installados a Bibliotheca e Museu municipaes” (O Tripeiro – I Série – Ano III – Página 551)).
            Transmontano natural de Bóbeda, concelho de Chaves (Novembro de 1777), chamava-se Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro. Partidário da causa liberal, estava reformado no posto de brigadeiro quando em 1827 se colocou ao serviço da causa que defendia. Tendo entrado nas campanhas contra D. Miguel o homenageado exilou-se e retornou integrado nos Bravos do Mindelo, na companhia de D. Pedro IV .
            Oficial dos mais activos durante o Cerco do Porto, foi general e depois marechal do exército português. Feito visconde, em 28 de Setembro de 1835, pelos muitos e relevantes serviços prestados à causa liberal (foi duas vezes Ministro da Guerra), faleceu em 30 de Abril de 1838, com 61 anos de idade. 

sexta-feira, 22 de junho de 2018

PLACAS TOPONÍMICAS -III

                             
PLACAS TOPONÍMICAS-III


Pedro Ivo (Rua de)

Pedro Ivo é o pseudónimo literário do escritor José Carlos Lopes que nasceu no Porto, a 15 de Janeiro de 1842, no prédio com o nº 84 da Rua do Bonjardim e era filho de um ilustre comerciante desta praça, com o mesmo nome que “possuía uma bela livraria e teve fama de excelente bibliófilo” 
            Comerciante no Brasil, director bancário e presidente da Real Companhia dos Caminhos de Ferro em África, de que foi um dos fundadores, Pedro Ivo morreu com 64 anos de idade, a 4 de Outubro de 1906, na então Avenida de Carreiros, onde residia, no nº 41. À data da sua morte era director do Banco Aliança nesta cidade. 
            Foi em 17 de Dezembro de 1936 que o Município aprovou a proposta do Dr. Espregueira Mendes para que  “a primeira rua que se dirige paralelamente á rua António Cândido e que, partindo da rua de Antero de Quental vai desembocar na rua do Covêlo; seguindo a sua direcção, se dê o nome de “Pedro Ivo” em homenagem a êste ilustre escritor portuense já falecido”.            
Localiza-se na Freguesia de Paranhos. Começa na Rua do Covelo, junto à quina norte-poente da Escola de Filipa de Vilhena e termina, logo a seguir ao nº 124, em frente ao nº 971 da Rua de Antero de Quental.
            Pedro Ivo foi também patrono da Biblioteca Infantil do Jardim do Marquês”, desactivada há algum tempo por causa das obras para a construção da estação do Metro.

domingo, 17 de junho de 2018

PLACAS TOPONÍMICAS ANTIGAS- II PARTE


PLACAS TOPONÍMICAS ANTIGAS

Cadouços (Largo de)

            Localizado na Foz, começou por se chamar Largo do Circo (1859/60) provavelmente por aí se ter instalado um circo. Modernamente tem o nome de Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles.
            Foi por edital do Governo Civil de 15 de Julho de 1875, que o velho Largo do Circo passou a denominar-se Largo de Cadouços que por sua vez passaria também a ser conhecido por Praça de Cadouços.
                Ao Largo de Cadouços se refere uma informação da 3ª Repartição Municipal datada de 23 de Novembro de 1926, que o define como o local “onde parava a antiga máquina da Companhia Carris” e “está bem  pavimentado e alcatroado até. Falta concluir o Jardim”).
              Segundo Óscar Fangueiro a mais antiga referência a Cadouços recua até ao ano de 1598 e anda ligada a um Campo do Cadouço utilizado na actividade agrícola 
Actualmente este  jardim chama-se largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles. Militar que residia aqui e que faleceu na Guiné em 1965.


Cadouços (Rua de)
            Faz parte da Freguesia da Foz esta artéria que, que anteriormente não tinha denominação.O nome, foi-lhe atribuído apenas em 1878. 
                Com início na Rua do Coronel Raul Peres, finda no Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles. 
            

terça-feira, 12 de junho de 2018

PLACAS TOPONÍMICAS ANTIGAS-I PARTE


PLACAS TOPONÍMICAS DE ANTIGAMENTE - I PARTE



Pela cidade vão sobrevivendo algumas placas toponímicas de um tempo em que a cidade era completamente diferente do que é hoje. As placas normalizadas que hoje as ruas do Porto ( desde 2004  e da autoria do artista Armando Alves) ostentam foi uma tentativa conseguida de dar alguma coerência a uma quase anarquia que existia.
Peguemos  em algumas delas e vamos aproveitar para falar de toponímia e de história.

Uma das mais belas placas toponímicas. A Praça de Carlos Alberto orgulha-se de ter duas placas em dois dos seus recantos.
A Praça de Carlos Alberto tem esta designação desde  21 de Fevereiro de 1852. Foi uma forma de imortalizar o rei que derrotado pelos austriacos na Batalha de Novara veio para o exílio e aqui, na nossa cidade, morreu.
Em 1614 era chamado Campo da Bandeira, antes tinha pertencido ao Campo do Olival. Foi chamado, e a partir do século XVIII, Largo dos Ferradores, estavam aqui os homens que tratavam e ferravam  os cavalos .
Esta praça nasceu da confluência de dois  velhos caminhos medievais.
A estrada para Braga, pela actual Rua de Cedofeita, antiga Rua da Estrada, e a Estrada para Viana do Castelo e Santiago de Compostela.

sábado, 9 de junho de 2018

CURIOSIDADES SOBRE O PORTO-UM DOS MAIORES QUIOSQUES/VENDA DE REVISTAS DO MUNDO


CURIOSIDADES SOBRE O PORTO

Apenas uma das sessões deste santuário de revistas
Sabiam que o Porto tem uma das maiores vendas de revistas de todo o mundo?
Não, então visitem-na, fica na Rua de Morgado Mateus nº 86, artéria que fica entre o Jardim de S. Lázaro ( oficialmente Jardim Marques de Oliveira e o Campo 24 de Agosto.
Maravilhem-se com as centenas e centenas de revistas de todo o mundo e de todas as áreas, política, ciência, banda desenhada, geografia, futilidades, desporto, etc.
Mais de 4000 revistas estão expostas para  gáudio do nosso olhar.
Façam um favor a vocês próprios. Ide visitar este local que já tem mais de trinta anos.



segunda-feira, 4 de junho de 2018

CEMITÉRIOS DO PORTO


CEMITÉRIOS DO PORTO - IV PARTE

Prado do Repouso (Cemitério do)

         Localizado no antigo Lugar do Prado, é o Cemitério Oriental da Cidade cuja construção esteve inicialmente prevista para a Quinta dos Congregados, propriedade do Estado).
 O Cemitério do Prado do Repouso é, à semelhança de quase todos os outros do País, a consequência directa do decreto de 21 de Setembro de 1835, quando era ministro do Reino Rodrigo da Fonseca Magalhães, que legalizava a “criação de cemitérios públicos, proibindo terminantemente os enterramentos nas igrejas”
Também chamado apenas por Cemitério do Repouso, situa-se na Freguesia do Bonfim. Instalado na parte oriental da cidade, tem entrada pelo Largo do Padre Baltasar Guedes (ao fundo da Rua de S. Victor) e pelo Largo de Soares dos Reis. É o maior cemitério da cidade.
         Este local, em 1809, foi palco de violentos e sangrentos combates com as tropas francesas em fuga da cidade. Ocupa o espaço que outrora integrava uma quinta de recreio da Mitra (a Quinta do Prado do Bispo, Quinta do Prado ou Quinta do Bispo, residência de Verão dos bispos portucalenses) feita pelo bispo D. Frei Marcos de Lisboa, que governou a diocese entre 1582 e 1591. Corresponde ao terreno que, em documentos antigos, umas vezes é citado como Prado Novo e outras vezes como Prado Velho. Por Carta de Lei de 5 de Março de 1838, foi esta Quinta concedida à Câmara, mediante indemnização ao proprietário (acordada em 13 de Outubro de 1838 em 300 mil reis anuais), para nela construir um cemitério público.
         A parte dessa grande propriedade, que não foi utilizada para a construção do cemitério, veio depois a ser adquirida pelo Barão de Nova Sintra e, após falecimento deste, pelo banqueiro José Inácio Ferreira Roriz que, nela instalaria (Quinta do Roriz), junto ao rio, uma fábrica de sabão e uma fábrica de moagem que a Empresa Cerâmica Portuense ou Fábrica de Louças de Massarelos adquiria em 4 de Maio de 1904
         Na área que o cemitério comporta “há talhões pertencentes, por exemplo, à Santa Casa da Misericórdia do Porto, à Irmandade do Terço e Caridade, à Irmandade do Santíssimo Sacramento de Santo Ildefonso”.