terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Demografia-Parte II



DEMOGRAFIA -PARTE II




Como se pode aferir do quadro abaixo mostrado, a população do Grande Porto em setenta anos duplicou a população, passando de quase 700.000 habitantes em 1940 para quase 1.700.000 em 2011.
Também se pode ver que há uma relação simétrica entre a perda demográfica da cidade do Porto em detrimento dos municípios que circundam a cidade, especialmente V.N. de Gaia que a partir de 2001, passou a ser o mais populoso concelho da região e é neste momento o terceiro maior do país, atrás de Lisboa e Sintra (como curiosidade é de referir que o fenómeno é o mesmo em Lisboa, pois a capital já chegou a ter 800.000 habitantes em 1960 e segundo os censos de 2011 tem cerca de 550.000. Por seu lado, Sintra que em 1960 tinha 83.000, tem hoje cerca de 370.000 habitantes. Antes da lei de Maio de 2012 que agregou freguesias, o concelho de Sintra tinha as duas mais populosas freguesias do país, Agualva do Cacém e Algueirão Mem Martins).
Se observarmos a população a nível de freguesia vamos encontrar dados muitos importantes no que respeita aos movimentos Porto, periferia e vamos perceber que as freguesias que mais próximas estão do Porto, mais crescimento tiveram em relação à cidade vizinha.
Por isso não é de estranhar que Rio Tinto, concelho de Gondomar, com os seus 50.762, seja a mais populosa freguesia da AMP (Área Metropolitana do Porto), Mafamude, com 38.579. Ermesinde com 38.804. Matosinhos com 30.682 Santa Marinha com 30.445 e Senhora da Hora com 27.676, são as freguesias mais populosas do Grande Porto.
De notar que nestas estatísticas não seguimos a Lei de 2012, que ao agregar freguesias criou verdadeiros “monstros” populacionais, sem razoabilidade e sem ter a noção histórica desta junção. Exemplos flagrantes encontramos a Un ião de Freguesias Matosinhos /Leça?
Historicamente separadas, e não só em termos físicos, pois o Rio Leça separa duas comunidades que apesar de pertencerem ao mesmo concelho tiveram desenvolvimentos totalmente diferente ao longo do processo histórico.
Podemos sintetizar estas diferenças no axioma; Leça é aristocrática, Matosinhos é popular.
Nada têm a ver uma com a outra, sociologicamente e economicamente são muitos diferentes, o que eu só por si justificava que a lei de 2012 tivesse tido isso em conta. Mas decisões tomadas nos gabinetes alcatifados do Terreiro do Paço fizeram nascer estas realidades, ao arrepio de qualquer lógica ou sensatez. Se de facto em alguns lugares do país este agrupamento ou uniões de freguesias como lhe chamam tem racionalidade e é pacifico, noutros foram tomadas decisões que urge reverter.


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