DEMOGRAFIA -PARTE II
Como se pode aferir do quadro abaixo mostrado, a população do Grande Porto em setenta anos duplicou a
população, passando de quase 700.000 habitantes em 1940 para quase 1.700.000 em
2011.
Também se pode ver que há uma
relação simétrica entre a perda demográfica da cidade do Porto em detrimento
dos municípios que circundam a cidade, especialmente V.N. de Gaia que a partir
de 2001, passou a ser o mais populoso concelho da região e é neste momento o
terceiro maior do país, atrás de Lisboa e Sintra (como curiosidade é de referir
que o fenómeno é o mesmo em Lisboa, pois a capital já chegou a ter 800.000
habitantes em 1960 e segundo os censos de 2011 tem cerca de 550.000. Por seu
lado, Sintra que em 1960 tinha 83.000, tem hoje cerca de 370.000 habitantes.
Antes da lei de Maio de 2012 que agregou freguesias, o concelho de Sintra tinha
as duas mais populosas freguesias do país, Agualva do Cacém e Algueirão Mem
Martins).
Se observarmos a população a nível
de freguesia vamos encontrar dados muitos importantes no que respeita aos
movimentos Porto, periferia e vamos perceber que as freguesias que mais
próximas estão do Porto, mais crescimento tiveram em relação à cidade vizinha.
Por isso não é de estranhar que
Rio Tinto, concelho de Gondomar, com os seus 50.762, seja a mais populosa
freguesia da AMP (Área Metropolitana do Porto), Mafamude, com 38.579. Ermesinde
com 38.804. Matosinhos com 30.682 Santa Marinha com 30.445 e Senhora da Hora
com 27.676, são as freguesias mais populosas do Grande Porto.
De notar que nestas estatísticas
não seguimos a Lei de 2012, que ao agregar freguesias criou verdadeiros “monstros”
populacionais, sem razoabilidade e sem ter a noção histórica desta junção.
Exemplos flagrantes encontramos a Un ião de Freguesias Matosinhos /Leça?
Historicamente separadas, e não
só em termos físicos, pois o Rio Leça separa duas comunidades que apesar de
pertencerem ao mesmo concelho tiveram desenvolvimentos totalmente diferente ao
longo do processo histórico.
Podemos sintetizar estas
diferenças no axioma; Leça é aristocrática, Matosinhos é popular.
Nada têm a ver uma com a outra,
sociologicamente e economicamente são muitos diferentes, o que eu só por si
justificava que a lei de 2012 tivesse tido isso em conta. Mas decisões tomadas
nos gabinetes alcatifados do Terreiro do Paço fizeram nascer estas realidades,
ao arrepio de qualquer lógica ou sensatez. Se de facto em alguns lugares do
país este agrupamento ou uniões de freguesias como lhe chamam tem racionalidade
e é pacifico, noutros foram tomadas decisões que urge reverter.
Sem comentários:
Enviar um comentário