terça-feira, 13 de março de 2018

Banca no Porto-Parte II


BANCO ALIANÇA

O Banco Aliança foi fundado no Porto em 1863.
O banco apareceu num contexto muito favorável para as instituições de crédito, pois entre 1850 e 1870 foram inaugurados quatro bancos na cidade.
A nível nacional e praticamente no mesmo período foram abertos cinquenta e dois bancos, números que demonstram bem a verdadeira febre financeira que se abateu sobre Portugal.
Como o próprio nome indica o banco nasceu através da fusão de instituições que em rigor nem virem nascer a luz do dia. A Saber: Banco Industrial, Banco Comércio e Industria e Banco Agrícola.
Apesar da data da fundação, este banco só começa de facto a operar em 1864, tendo a sua sede na Rua de Belmonte, no palacete dos Pacheco Pereira e onde em 1913 esteve a sede da Companhia de Caminhos de Ferro através de África.
Apesar de ser um banco do Porto, foi pretensão dos administradores a expansão para todo o reino e estrangeiro.
Foi o primeiro banco a ter um código de ética e era proibido fumar nas instalações.
Em Lisboa, o banco era representado pela Casa Burnay e também participou no Sindicato Portuense para a concretização da Linha de Barca D´Alva a Salamanca e dado o desastre financeiro que este projecto acarretou aceitou o resgate do Banco de Portugal deixando a partir daí a deixar de emitir notas.
Em 1906 instala uma filial no Brasil e também colabora no aumento do capital social da CUF.
Em 1953 o banco faz noventa anos e torna-se um dos mais antigos bancos portugueses. Os seus acionistas almejando uma maior projecção do banco votam a fusão com o banco José Henriques Totta de Lisboa, dando origem ao Banco Totta Aliança e em 1961 este funde-se com o Banco Lisboa & Açores, dando origem ao Banco Totta & Açores que pela evolução está hoje incorporado no Banco Santander Totta. 



BANCO de COMÉRCIO e INDÚSTRIA
O Banco de Comércio e Indústria foi fundado em 22 de Fevereiro de 1875.
Joaquim Lourenço Alves, José Marques Antunes, João Ribeiro Pereira e José Luís Gomes de Sá, comerciante instalado no Muro da Ribeira e inventor do prato que leva o seu nome “Bacalhau à Gomes de Sá”. 
Foi um dos bancos constituídos graças ao boom económico dos anos setenta do século XIX e com a possibilidade que os capitais brasileiros espanhóis e até peruanos possibilitaram.
Entretanto, passados uns anos Joaquim Lourenço Alves, foge com uma quantidade considerável de dinheiro e é aberta uma sindicância ao banco.
São eleitos novos corpos gerentes e são descobertas decisões que provocaram a delapidação do património do banco; investimentos ruinosos, investimentos na América do Sul que se viriam a revelar ruinosos, empréstimos a casas falidas, etc.
Apesar de se saberem de quem eram as responsabilidades, estes não viram o banco a agir sobre eles de uma forma criminal e foram deixados em liberdade.
Em 2 de Fevereiro de 1894, Henrique Kendall propôs em direcção, e apesar do banco ter dado lucro nesse ano, a fusão com o Banco Comercial do Porto, ideia que foi aceite.
Em suma este banco, enquanto tal e com a designação independente durou dezanove anos.

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