BREVE DICIONÁRIO de TERMOS JUDAICOS- IV PARTE
Kipá
Pequena cobertura para a cabeça, usada pelos homens judeus em sinal de respeito a Deus. Serve de lembrança permanente de que existe um Deus por cima de suas cabeças.
Kipur − Ver Yom Kipur.
Kasher ou Kosher
Significa literalmente correcto ou apto de acordo com a lei religiosa judaica.
Ladino
Idioma falado pelos judeus espanhóis e portugueses. Era uma mistura das línguas nacionais dos respectivos países, com maior preponderância das línguas castelhana e hebraica; tinha ainda a particularidade de juntar elementos linguísticos dos diversos países para onde os judeus ibéricos demandaram.
Marranos
O mesmo que Anousim, Bnei Anousim ou Cripto-Judeus. O termo Marranos está a perder a forte carga pejorativa que sempre teve. Designava os cristãos-novos ibéricos que, secretamente, professavam o judaísmo. Eram descendentes biológicos dos conversos de 1496 (como, calcula-se, todos os portugueses) mas mantinham ainda as práticas judaicas, rezando a Adonai (Deus) e encetando casamentos com iguais, a fim de ser mantida a matrilinearidade judaica. A palavra «marrano» é de origem espanhola e significa «porco». No entanto, estudos recentes apontam para outra raiz etimológica: de facto a palavra pode querer dizer também «convertido à força» e foi o que, de facto, aconteceu. Actualmente ainda existem marranos em sertões do Brasil e na América do Sul. Tais marranos deparam-se muitas vezes com a desconfiança por parte das comunidades judaicas oficiais, dado que muitos são aqueles que se apresentam como marranos sem o serem, jogando um manto de descrédito sobre os verdadeiros marranos. Já houve tribunais rabínicos ludibriados por falsos marranos, de diversas nacionalidades, que conseguiram ser reconhecidos como judeus. As conversões estão sempre a tempo de ser anuladas quando realizadas numa base falsa. Infelizmente muitas vezes uma simples investigação à família dos que alegam ser marranos prova que mentem quanto às suas origens e pretensas tradições familiares. O fenómeno não é novo, nem é exclusivo do continente americano. No tempo em que o capitão Barros Basto era presidente da Comunidade Israelita do Porto, esta comunidade chegou a expulsar indivíduos que chegaram à sinagoga dizendo-se marranos e narrando histórias fantásticas e que mais tarde se veio a saber serem falsas. À conta desses episódios, a Direcção da Comunidade estabeleceu, no ano de 1935, por acta que ainda se encontra em vigor, que só seriam admitidos na Comunidade aqueles que «provassem absolutamente» a sua origem judaica. O regulamento actual da Comunidade Israelita do Porto prevê que qualquer indivíduo que ali se apresente dizendo-se marrano seja sujeito a diversos procedimentos: entrevistas pessoais, investigação às práticas judaicas da família, investigação à genealogia da família e seus casamentos de modo a ficar indiciada a manutenção da matrilinearidade judia, comprovação da veracidade das informações colectadas. A comprovação dos conhecimentos sobre a religião judaica é uma questão lateral.
Mazal Tov − Pode traduzir-se como «boa sorte», o que na tradução literal significa uma boa e favorável constelação zodiacal. Foi incorporada na linguagem moderna através do Yddish. É uma das expressões mais conhecidas da língua hebraica. O termo não é usado da mesma forma que «boa sorte» em português (por exemplo, «Desejo-te boa sorte»), mas mais ao estilo de «Parabéns!», para expressar que um bom evento ocorreu. Por exemplo, após um Bar Mitzva ou um casamento judaico é comum dizer-se aos visados: Mazal Tov!.
Mekor Haim
Significa «Fonte de Vida», designação dada pelo Capitão Barros Basto. Já antes havia uma Sinagoga provisória com este nome na Rua Poço das Patas, actualmente chamada Rua de Coelho Neto.
Menorá
Palavra hebraica que significa lâmpada. Trata-se de um candelabro de sete braços e é um dos símbolos mais conhecidos do judaísmo. Deus revelou o desenho do Menorá a Moisés e foi construído em ouro maciço. Terá sido levado aquando da destruição do segundo templo em 69 d.C. (3629, ano do calendário hebreu).
Mikvé − Tanque de águas naturais em que os homens judeus devotos submergem antes de datas especiais do calendário hebraico e que as mulheres também utilizam após o ciclo menstrual. É necessária a submersão no mikvé para a conversão ao judaísmo. Segundo os preceitos judaicos, todo o corpo tem que entrar na água para assim se purificar em pleno, com que um regresso às águas do Éden. Recentemente, em Dezembro de 2013, foi descoberto em Coimbra, após uma vistoria camarária a uma ruptura de canos num prédio no centro da cidade, uma estrutura medieval que se pensa ter sido uma mikvé destinada a banhos rituais judaicos.
Mitzvá
Significa obrigação religiosa. É o singular de mitzvot. De acordo com o judaísmo, existem 613 mitzvot para os judeus e 7 mitzvot para os não-judeus.
Pessah − Páscoa judaica. Comemora a fuga dos hebreus do Egipto após um longo período de escravidão. Foi Moisés que guiou o povo hebreu para a Terra Prometida. (Há um longo debate entre os sábios de Israel sobre a duração da escravidão no Egipto).
Pogrom
Quer dizer massacre, em russo. Designa, no sentido lato, os ataques a que ao longo da história os judeus de leste foram vítimas nos seus países: Rússia, Polónia, Ucrânia e outros.
Purim – A Festa do Purim comemora-se em 14 de Adar, que é o último mês do ano, sendo que, por vezes, é o penúltimo. Festeja a salvação dos judeus persas do extermínio determinado por Hamã, primeiro ministro da Pérsia.
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