BREVE DICIONÁRIO de TERMOS JUDAICOS- III PARTE
Diáspora
Palavra de origem grega e que significa dispersão. O povo judeu desde tempos imemoriáveis que tem a diáspora como uma realidade incontornável.
Ehal − Ver Aron.
Esnoga − Antepassada da palavra Sinagoga. Era assim que eram designados os templos judaicos no Portugal medievo. No Porto, as actuais escadas da Vitória da freguesia com o mesmo nome, perto da igreja paroquial e onde outrora, apesar de não termos provas documentais nem físicas mas reza a tradição, esteve a Sinagoga da Judiaria do Olival.
Estrela de David − Símbolo cuja origem não é clara e que se diz ter estado gravado nos escudos usados pelos soldados do Rei David. O seu nome correcto é Maguen David, que significa Escudo de David.
Hoje faz parte da bandeira do estado de Israel.
Gabay
Significava literalmente o colector ou recebedor; era, na prática, um tesoureiro dos dias de hoje.
Gheto
Quarteirão da cidade onde estavam confinados os judeus. No mundo latino é equivalente à judiaria.
Ha-Lapid (ou «O Facho»)
Nome do jornal publicado pelo Capitão Barros Basto. Foi o periódico oficial da Comunidade Israelita do Porto. Foram publicados 158 números entre 1927 e 1958. Com intuitos pedagógicos foi uma verdadeira voz da Obra do Resgate, encetada pelo Capitão Barros Basto em prol de resgatar os marranos e trazê-los para a corrente oficial do judaísmo.
Holocausto − Ver Shoá.
Judeu (Ser)
Quem é de facto judeu? Existe alguma confusão entre os não judeus (gentios) na definição de judeu. Diz a lei mosaica ou rabínica (halakhá) que é judeu todo aquele que descenda de uma judia,mesmo que ambos não saibam da sua natureza judia ou até mesmo que pratiquem outra religião, tal como pode ser um praticante zeloso de religião hebraica sem, contudo, ser judeu. Atenção, o filho de um judeu e de uma não judia é apenas um descendente de judeus. Nos EUA, por exemplo, são hoje dezenas de milhares os filhos de pai judeu e mãe não judia. Não são judeus, ainda que pratiquem rituais da religião ancestral da família do pai. A única solução que possuem é a conversão através de um Beit Din ortodoxo. Para além do filho de mãe judia, é também judeu aquele que se converter ao judaísmo seguindo os rigorosos padrões da Halachá. Esta é a definição usada pelo judaísmo desde há 3300 anos e o único critério que é consensual. Em termos biológicos, a linha seguida é a linha matrilinear. Se contassem como judeus os seus descendentes por via paterna, o seu número no mundo multiplicar-se-ia vezes sem conta, dado que até os árabes seriam judeus por descenderem de Abraão. Só uma mãe judia ou um Beit Din ortodoxo podem conferir, no primeiro caso, ou reconhecer, no segundo, a qualidade de judeu a uma determinada pessoa. Na Bíblia existem mais matriarcas do que patriarcas: Sara, Raquel, Rebeca e Lea. Génesis, 21.12, «Deus diz a Abraão: tudo o que Sara te disser, escuta a voz dela!». A respeito da conversão, para se conseguir tal intento é necessário ao candidato dar mostras de que aceita praticar as 613 mitsvot (palavra hebraica que significa mandamentos, obrigações religiosas. O singular da palavra é mitzvá), o que em regra demora vários anos. Em termos de morfologia, os judeus oferecem traços típicos de todos os povos da terra, o que se explica por força de séculos de tribulações, mas não só. De acordo com a Torá, na conversão geral do Sinai ocorrida há 3300 anos, estavam presentes não somente os hebreus mas também uma mistura de povos, cifrada em centenas de milhares de pessoas, então também escravos do Egipto.
Judaísmo
É uma das três principais religiões abraâmicas e a mais antiga, definida como a «religião, filosofia e modo de vida» do povo judeu.
Judiaria
Bairro judeu de uma qualquer cidade do sul da Europa.
Cont...
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