sábado, 14 de julho de 2018

DICIONÁRIO DE TERMOS JUDAICOS

BREVE DICIONÁRIO DE TERMOS JUDAICOS - II PARTE


Ázimo 

 Significa sem fermento, insípido, insosso. Matsá é o nome que os judeus dão ao pão não levedado e que é consumido durante os oito dias das cerimónias da Pessah, Páscoa hebraica. Em alguns processos da Inquisição aparecem expressões como pão santo, outra designação que era usada pelos cripto-judeus para designar este alimento.


Bar-Mitzvá 

Iniciação na idade adulta dos adolescentes masculinos. Essa passagem para a idade adulta é celebrada na Sinagoga e a partir daqui também já contam para o minyam, quórum mínimo de dez homens para que possa haver uma cerimónia religiosa sem limitações ao nível dos rituais. Em geral faz-se uma celebração festiva a convite dos pais do jovem adulto.


Ben-Rosh 

Significa literalmente filho do chefe. Nome que o Capitão Barros Basto adoptou.


Cabalah 

Estudo místico, esotérico. Uma espécie de ciência oculta ligada ao judaísmo. No entanto a palavra entrou na linguagem corrente para também designar uma conspiração e superstições.


Canaan 

A Terra Prometida por Deus ao povo hebreu.


Chanuká 
Festa do calendário judaico que festeja a libertação de Jerusalém. Em 3575, segundo o calendário hebreu, ou seja, em 175 a.C. no calendário gregoriano os gregos de Antíoco IV tomaram Jerusalém, obrigando todos os seus habitantes ao culto de Zeus. Dez anos depois os judeus revoltaram-se, conseguindo expulsar os invasores. No ano transacto, em 2013, a festa foi celebrada a 1 de Dezembro (o calendário hebreu é lunar) e, durante oito dias, todos os lares judeus mantiveram acesa a chanukiá, candelabro de 8
braços, mais um adicional denominado shamash.


Chérem 

Excomunhão, um anátema lançado pelas autoridades religiosas judaicas sobre um membro da comunidade judaica. Era uma forma de ostracização, não só religiosa como também civil.


Circuncisão 

 Remoção do prepúcio do recém-nascido. A cerimónia ocorre no oitavo dia após o nascimento.


Conversos

Nomeia, no que aos judeus diz respeito, os filhos de Israel que foram obrigados a ser baptizados na Igreja Católica. Esta situação aconteceu-lhes ao longo da história, pelo menos desde o período visigótico, mas teve o seu apogeu depois do Édito de Expulsão decretado pelo rei D. Manuel I, em 1496.


Cripto-judeus

cripto-judeus ou marranos são judeus (filhos de mãe judia) que praticam o judaísmo encriptadamente, às escondidas. São na prática os anusim
(forçados) e os Bnei Anousim (filhos dos forçados) que clandestinamente continuaram a rezar a Adonai e a praticar os rituais judaicos e as obrigações religiosas judaicas, caso da manutenção da matrilinearidade judia nos casamentos, sem a qual o cunho de «judeu» desaparece. O cripto-judeu é um praticante clandestino do judaísmo, ou melhor, da lei judaica (os rabinos contestam que o judaísmo seja uma religião) o que faz de forma secreta, encriptada. O cripto-judeu português ostentava rituais já abastardados, mas respeitava a matrilinearidade judia, pois desde o fundo dos tempos qualquer judeu (cripto ou não) sabia que os seus filhos só seriam judeus se a sua esposa fosse judia. O casamento de um judeu com uma mulher judia é uma espécie de primeiro mandamento para a sobrevivência do povo judeu. Qualquer indivíduo que excepcione essa regra, os seus filhos e filhas deixarão de ser judeus.

Cont.

Sem comentários:

Enviar um comentário