segunda-feira, 30 de abril de 2018

RIOS DO PORTO- V PARTE


Mijavelhas (Rio de)
                Também conhecido por Ribeiro de Mijavelhas ou Rio do Poço das Patas, por ficar no Campo do Poço das Patas (hoje Campo de 24 de Agosto), tinha também o nome de Rio das Lavadeiras (1697). 
                Assim denominado por ter origem no chamado Campo de Mijavelhas desagua no rio Douro logo depois de cruzar os terrenos que foram da Quinta do Reimão e da Quinta da Fraga .
                Antes disso, depois de passar sob a chamada Ponte do Poço das Patas, que se crê ainda existente, soterrada, em frente ao edifício da Junta de Freguesia do Bonfim, atravessava os terrenos que eram da Quinta do Reimão
                Informa-nos Horácio Marçal de que no Ribeiro de Mijavelhas, “já no primeiro decénio do século XVI funcionavam algumas azenhas, donde saíam, moídos, os cereaisa destinados ao consumo público”

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Nevogilde (Ribeira de)
                Um dos cursos de água que ficam junto ao trajecto da projectada Avenida de Nuno Álvares Pereira. Segundo o que está previsto no PDM deverão ser “mantidos os troços das ribeiras de Nevogilde e da Ervilheira que se encontram a céu aberto” .
                A Ribeira de Nevogilde que segue entubada ao longo da Rua do Funchal, junto à Igreja paroquial permanece ainda a céu aberto.

Nevogilde (Rio de)
                Este curso de água aparece-nos referido num documento de 27 de Abril de 1710 .
                O mesmo que Ribeira de Nevogilde dos tempos mais modernos. Ver Nevogilde (Ribeira de).

Nossa Senhora da Ajuda (Ribeira de)
                O mesmo que Ribeira da Agra ou Ribeira da Agra de Ramalde que, entre outros nomes também foi designada por Ribeira de Lordelo, Ribeira da Maiorca e ainda por Ribeira das Ratas. 

Nossa Senhora da Batalha ( Rio )
                O Rio de Nossa Senhora da Batalha  não passava de um simples ribeiro que serpenteava pelo espaço que hoje se denomina Praça da Batalha e que ficava (1560) “da banda da cidade” ou seja do lado ocidental .
                Era alimentado pelas águas que provinham do manancial do então chamado Campo de Mijavelhas (hoje Campo de 24 de Agosto) que igualmente “alimentava um pequeno chafariz que ficava da parte de fora da muralha” (

Palheta (Rio da)
                Curso de água que ficava à margem da Quinta de Vessada e que tinha o nome do lugar onde passava. Ao “rio chamado da Palheta que não pode vadear ainda no verão” se refere uma petição datada de 5 de Junho de 1709 
                Tudo leva a crer que ele seja o troço do chamado Rio de Campanhã ou Rio Conari mencionado no documento pelo qual D. Afonso Henriques, em 1138, confirmou e alargou ao bispo D. João Peculiar o couto do Porto. 



Pêgo Negro (Ribeiro de)
                Assim aparece denominado, em 1785, o curso de água que passa no Lugar de Pêgo Negro. É o conhecido Rio Tinto. 

Poço das Patas (Rio do)
                Também conhecido por Ribeiro de Mijavelhas, Rio de Mijavelhas ou Rio das Lavadeiras ficava no Campo do Poço das Patas que hoje tem o nome de Campo de 24 de Agosto, onde nascia. Era alimentado com as águas que recebia das vertentes que vinham do Monte do Bonfim e da Póvoa de Cima (Praça da Rainha D. Amélia).
                Depois de passar sob o arco granítico da Ponte das Patas, cruzava os terrenos da Quinta do Reimão e depois da Quinta da Fraga, antes de desaguar no Rio Douro. 

Portuzelo (Rio de)
                Pequeno curso de água que corre pelo Lugar de Gondarém e que na Idade Média tinha o nome de Ribeiro de S. Paio  Em tempos mais recentes (1881) era (é?) conhecido por Ribeiro de Gondarém .
Um curso de água que nos aparece referido numa carta de foro, datada de 20 de Abril de 1330, pela qual D. Afonso IV deu a João Rodrigues, ourives do Porto e a Maria Pires, sua mulher “os meus três casaes que eu ei na freguesia de leuovegilde como sse começa na malhada do mar e vai sse ao lugar de penellas desi pelo rio de porteselo”

Prado (Rio do)
                Ficava em Nevogilde este curso de água que nos aparece referido num documento de 25 de Julho de 1738 .

Queijo (Regato do)
                Também denominado por Ribeiro da Vilarinha, tem origem a sudoeste do planalto da Senhora da Hora. E desagua no oaceano um pouco a norte do Forte de S. Francisco Xavier, vulgarmente chamado de Castelo do Queijo, que lhe empresta o nome (J. Carrington da Costa – in Nova Monografia do Porto – 1938 – Página 11).
Outrora mais caudaloso do que é hoje, o volume das suas águas foi cerceado com a abertura da Avenida da Boavista, uma vez que desviou alguns dos cursos de água que o aumentavam. Ele deve ser o Rio do Queijo de 1738. V



Rego das Consortes (Regato)
                Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de Paranhos. O regato denominado por Rego das Consortes corre entre os lugares da Azenha e da Asprela. É formado por águas provenientes “das vertentes das alturas do Conde de Ferreira-Antas ao qual se juntam dois ribeiros que passam no Lugar da Azenha, bem como outros dois da Manga e da Azenha” .

S. Paio (Ribeiro de)
                Assim era designado na alta Idade Média o pequeno curso de água que corre pelo Lugar de Gondarém e que depois teve a denominação de Rio de Portuzelo ). Já conhecido por Ribeiro de Gondarém 


Tinto (Rio)
O Rio Tinto é um curso de água que nasce em Ermesinde (Valongo), atravessa a homónima freguesia e desliza pelo vale de Campanhã antes de desaguar no Douro. Correndo a poente do Rio Torto, próximo da foz toma o nome de Caneiro de Campanhã.
              
Torto (Rio)
Também denominado por Ribeiro da Granja corre em território da Freguesia de Campanha, a nascente do Rio Tinto, antes de desaguar, próximo da foz deste, junto ao chamado Esteiro de Campanhã onde foi entretanto construída a designada Marina do Freixo.
                O Rio Torto, que passa sob a Ponte do Gato, corresponde ao Rio de Campanhã o referida ao Anno de 1903” -  que, antes de desaguar no Douro, passa igualmente sob o leito da Rua do Freixo. O Rio Torto é um dos dois “regatos sem nome” da Freguesia de Campanhã que desaguavam no Douro (1758). Com início no Monte das Lagoas, “pela ponte pequena de Campanhã de baixo vae ao estreito metter-se no Douro”
                A propósito deixamos a informação de que em sessão de 25 de Março de 1933 foi aprovado o “projecto de reforço dos muros de suporte da Ponte sobre o Rio Torto na Rua do Freixo” (Arq. Histórico – Livro de Actas da Comissão Administrativa – A.PUB 225 – Folha 53).
                Torto é também o nome de um pequeno rio que nasce na Serra de Guilheiro e é um dos dos afluentes da margem esquerda do Douro.

Travessa (Rio da)
                Um dos cursos de água da Freguesia de Paranhos cujo nome lhe vinha, certamente, pelo facto de correr pelo lugar com essa denominação. 
                Curso de água que nos aparece mencionado num documento do Cabido (1483), relativo a uma repartição d bens: “o forno além do Rio do Vale de Cidral, com casa do tojo, do forneiro…

                
Vila (Rio da)
                Curso de água, ainda hoje existente, que é formado por dois braços distintos que recolhem águas de variadas origens: um que corre mais a poente (Vale de Germalde, entre o Monte da Lapa e o Monte da Fontinha), pela Rua de Camões,  Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade (a denominada Ribeira das Hortas); outro a nascente (Vale de Fradelos, entre o Monte da Fontinha e o Monte dos Congregados), que “nasce debaixo da Rua de Santa Catarina, na proximidade da Travessa das Musas (a norte da Rua de Gonçalo Cristóvão), desce ao Mercado do Bolhão, para correr  na direcção das ruas de Passos Manuel e de 31 de Janeiro, e cair em catadupa sob a entrada da Rua da Madeira” ..
                Ambos se encontram mais ou menos onde ficava a antiga Porta de Carros (frente à Igreja dos Congregados) donde segue, sob o piso abobadado da Rua de Mouzinho da Silveira e Rua de S. João, em direcção ao Douro, onde desagua e onde em tempos bastante remotos, se fundou Cale que depois evoluiu para Portucale.
                Ele é, segundo a maioria dos autores, o Canalem Maiorem (Canal Maior) da doação da rainha D. Teresa ao bispo D. Hugo. Rio da Cividade e Rio de Carros foram outras das designações que teve. 
                Pela curiosidade, e para se ter uma noção do que ele era no passado remoto, não resistimos a citar um documento de 18 de Junho de 1534 relativo ao “Emprazamento de hum moinho arruinado, sito no rio da vila, por detrás do dito hospital (Hospital das Congostas) e da banda das Congostas assima da porta onde se passa o rio”. Durante séculos foi “a cloaca máxima da cidade” pelo facto de para o seu leito serem lançadas todas as imundices domésticas da ruas suas vizinhas. Ver Gonçalo Cristóvão (Viaduto de) e Rio da Vila (Rua do).

Vilão (Rio)
                Curso de água que, entre charcos e campos pantanosos, corria até à Fonte da Moura e não passava de um ribeiro. O Rio Vilão daria origem ao topónimo Revilão usado numa das ruas da Freguesia ). Era era também o patrono, entre outras, de uma propriedade localizada em Ramalde de Baixo.
                Segundo Tito Lívio Van Krieken “descia o dito rio pelo sítio das Lameiras – hoje parte da Rua do Jornal de Notícias - serpenteando, depois, por terras do lugar do Funchal e do lugar da Boa Vista, onde chegou a criar problemas na construção da velha Igreja de S. Martinho, até ao mar".

Vilar (Ribeira de)
                Nascendo “por trás do antigo Liceu D. Manuel II, actual Rodrigues de Freitas, (próximo da igreja de Cedofeita), corre pela Carvalhosa, Rua da Piedade, parte da Rua de D. Pedro V, e vai aparecer a céu aberto sob o arco dos lavadouros da Rua dos Moinhos, de onde desce para Massarelos”..

Vilar (Rio de)
Nas proximidades da Carvalhosa, entre as actuais Praça de Pedro Nunes e Largo de Alexandre Sá Pinto, juntavam-se três pequenos cursos de água vindos dos pontos mais altos (um da Praça da República, outro do Monte Pedral e um outro da Avenida de França) . Do encontro dessas águas (por alturas do actual Largo de Alexandre de Sá Pinto) resultava um pequeno riacho que corria pelas ruas da Piedade e de D. Pedro V, marginando a Rua dos Moinhos. Era o Rio de Vilar que fazia mover numerosas azenhas e moinhos que deram nome ao Lugar das Azenhas de Vilar .
O Rio de Vilar, segundo as Memórias Paroquiais (1758), nasce na antiga aldeia de Fial. Uma parte está entubada (a que corre sob o leito da Rua da Piedade); a parte restante, a partir da Rua de Vilar, junto à Rua de D. Pedro V e paralela à Rua dos Moinhos, corre a céu aberto até encontrar o Douro, la no fundo.
                Era o “célebre Ribeirinho que… de modo geral era conhecido por ribeiro de Miragaia”


terça-feira, 24 de abril de 2018

RIOS DO PORTO -IV PARTE


Ribeira de Cartes, 
Um afluente do Rio Tinto, que corre a céu aberto pela zona. Com uma extensão de 700 metros, estende-se pelo vale da referida Ribeira (que entretanto foi entubada), desde o nó de Contumil (saída do Mercado Abastecedor, na Via de Cintura Interna) até à rotunda da Rua do Peso da Régua, junto à Estrada da Circunvalação). A sua construção, iniciada em Junho de 2000, ficou a dever-se à APOR-Agência para Modernização do Porto. 


Castelo do Queijo (Rio do)
                Assim se denominava, no século XVIII, o curso de água que desaguava junto ao Castelo do Queijo. A este rio que mais não seria que um ribeiro, se refere um prazo feito em 25 de Julho de 1738 pelos Marqueses de Abrantes, que detinham o senhorio directo, em favor de João Luís da Silva e  mulher Luísa da Silva do Rosário. Fazia parte deste prazo “Um pedaço de areia sito entre o rio do Castelo do Queijo e o Rio do Prado com alguns pinhais” .

Cividade (Rio da)
                É o conhecido Rio da Vila que, ainda hoje, corre encanado sob o piso da Rua de Mouzinho da Silveira. As duas designações foram simultâneas “e a do rio da Cividade, ainda se usou no séc. XVII a delimitar certas casas da Rua dos Mercadores” .
“Cale era também o nome de um pequeno rio que descendo por onde hoje desce a Rua de Mouzinho da Silveira, desaguava no rio Douro”  Rio de Carros foi outro nome que teve: “É sabido que o mesmo rio de carros também aparece denominado como rio da Vila e rio da Cividade”

Conari (Rio)
                Por vezes também referido como Conar ou Conairo é um potamónimo que nos aparece mencionado no documento pelo qual D. Afonso Henriques, em 1138, confirmou e alargou ao bispo D. João Peculiar o couto do Porto. Corresponde ao“ribeiro que entra no Douro no sítio do Esteiro de Campanhã, o qual ribeiro, ou regato, tem modernamente (1758) o nome de Caneiro”

Currais (Ribeiro de)
                Pequeno regato que corre no antigo Lugar de Currais, entre o Monte de Currais e o Monte dos Murganhos e cujas águas alimentam o Rio Tinto.

Ervilha (Ribeiro da)
                Pequeno curso de água da zona ocidental da cidade que corria entre duas pequenas elevações “o monte Crasto a norte e o alto da Senhora da Luz onde está localizado o farol, a sul” .


Escuro (Rio)
                Curso de água da Freguesia de Lordelo do Ouro junto ao qual ficava a Fonte de Nossa Senhora da Ajuda
).
Frio (Rio)
                Nascendo por alturas do Jardim do Carregal (hoje Jardim de Carrilho Videira), mais ou menos por baixo da actual Rua da Torrinha, este curso de água é cortado pelo Jardim do Carregal e pela Rua do Breyner. No passado, para além desta, teve várias outras denominações: Rio das Virtudes, Ribeiro de Miragaia, Ribeiro do Carregal e ainda por Rio de Massarelos. Depois de passar sob o edifício do Hospital de Santo António, desagua no Douro “No exacto local onde mais tarde foi construído o edifício da Alfândega, hoje Museu dos Transportes” ).
                De notar que em sessão de 3 de Setembro de 1885 a Vereação Municipal tomou conhecimento dum ofício da Junta de Paróquia de Miragaia que entre outras coisas, pedia  “a cobertura do cano do rio frio por exalar mau cheiro”
                O Rio Frio ou Rio das Virtudes, também chamado Rio de S. Pedro de Miragaia, servia de limite entre as terras do Couto de Cedofeita e do Couto do Porto. Segundo Pedro Vitorino (entre outros) era o chamado Canal Maior que daria aso a fortes polémicas entre a cidade, o rei e o bispado .  Era também dessa opinião Monsenhor Augusto Ferreira ) no seguimento, aliás, da opinião manifestada pelo subscritor do inquérito relativo à Freguesia de Campanhã e que faz parte das chamadas Memórias Paroquiais, de ).
                Em nossa opinião o Rio Frio corresponde ao Rio do Vale de Cidral citado num documento do Cabido do Porto datado de 1483 

Granja (Ribeira da)
                O mesmo que Ribeira da Agra ou Ribeira da Agra de Ramalde, é a única que atravessa, na vertical, toda a cidade do Porto. Também conhecida por Ribeira das Ratas, entre outros nomes, a Ribeira da Agra, que nasce em Ramalde do Meio, é o último afluente da margem direita do Douro que vai mudando o nome ao longo do seu percurso: Rio da Ponte, Ribeira de Penoucos, Ribeira da Granja (Lordelo) e, quando encontra o Douro, tem já o nome de Ribeiro de Lordelo .
             .

Granja (Ribeiro da)
                É um pequeno regato que nasce perto da Areosa e cujas águas desaguam no Rio Torto, um pequeno afluente da margem direita do Douro que desce desde os altos de Fânzeres e Gondomar e corre pelo vale de Campanhã 
                Excepto no nome, nada tem a ver com a denominada Ribeira da Granja que igualmente desagua no Douro, porém, no outro extremo, em Lordelo do  Ouro.

Cont.

domingo, 22 de abril de 2018

RIOS DO PORTO-III PARTE

RIOS DO PORTO- III PARTE

Aguardente (Manancial da)
Era um dos mananciais utilizados para abastecimento público da cidade. Localizado “no antigo Largo da Aguardente (actual Jardim do Marquês de Pombal), pertencia aos Padres Congregados do Oratório de S. Filipe, possuidores da brévia situada em frente da referida nascente. Em 1856 era seu possuinte o capitalista João Baptista Alves Braga” que residia próximo.
O Manancial da Aguardente abastecia a Fonte da Rua da Alegria e a Fonte Seca também conhecida por Terceira Fonte da Rua de Santa Catarina.



Aldoar (Ribeira de)
                Pequeno curso de água que banhava os terrenos onde, entretanto, foi erguido o Parque Ocidental da Cidade, mais conhecido apenas por Parque da Cidade, antes de desaguar no mar. Entubado, por força disso, dela subsistem apenas dois pequenos troços a céu aberto na Avenida da Boavista, próximo da Fundação Cupertino de Miranda e no Bairro de Aldoar.


Asprela (Ribeira da)
              Curso de água que nasce no Porto e segue em direcção a Matosinhos 
                Passando junto à Faculdade de Economia (Porto Sempre – Nº 25 – Página 10), é assim denominada pelo facto de a sua nascente ficar no antigo Lugar da Asprela.

Azenha (Rio da)
                Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de Paranhos  e cujo nome lhe vem do facto de correr no antigo Lugar da Azenha.


Barrocas (Rio das)

                Um dos regatos “que o povo chama rios”, da Freguesia de Paranhos, que Cunha e Freitas crê ter dado nome à Rua do Rio 


Batalha (Ribeiro da)
                Assim se designava o pequeno curso de agua que sepenteava pelo espaço que agora se designa por Praça da Batalha
                Ele é o regato que vem da porta de cima de vila” com o qual confrontava o Casal de Paio de Novais, conforma instrumento de apegação e vedoria de 24 de Março de 1616 


Bonjardim (Ribeiro do)
                Pequeno curso de água cuja nascente, pequena, (por isso Fontinha) ficava nas denominadas Pedreiras da Fontinha.
                Com a água do Ribeiro do Bonjardim se regava a Quinta do Laranjal “todos os domingos "desde as seis horas da tarde até segunda feira as seis horas da manham. E, no segundo domingo do mez, tem das seis horas de pela manham athé as seis horas da segunda feira pela manham. E em todas as quartas feiras desde as seis horas da tarde  athé as seis horas da quinta pela manham," isto para regar no tempo das regas” 
                O Ribeiro do Bonjardim, correndo a céu aberto, ia juntar-se a outros, mais ou menos em frente da Igreja dos Congregados, formando o conhecido Rio da Vila que, ainda hoje, corre encanado sob o piso da Rua de Mouzinho da Silveira e que também é denominado, em documentos antigos, por Rio da Cividade.



Campanhã (Rio de)
                É o nome pelo qual aparece referido o Rio Torto na Carta Topográfica da Cidade, executada em 1892 por Teles Ferreira. A Carta em questão sinaliza-o, serpenteando pelo vale de Campanhã e desaguando no Rio Douro, junto ao estremo poente do Palácio do Freixo, a nascente da foz do Rio Tinto. Da mesma forma o assinala a “Planta da Cidade do Porto referida ao Anno de 1903”
                O Rio de Campanhã corresponde ao Esteiro de Campanhã  referenciado pelo Padre Tavares Martins no seu trabalho A Paróquia de Santa Maria de Campanhã (Subsídios para uma Monografia), publicado em 1964 
                O Rio de Campanhã ou Caneiro de Campanhã corresponde ao Rio Conari mencionado no documento pelo qual D. Afonso Henriques, em 1138, confirmou e alargou ao bispo D. João Peculiar o couto do Porto. Mais não é que um ribeiro que “nasce nas fraldas occidentaes da serra de Vallongo,atravessa a estrada de Vallongo no sitio de Pontelhas, passa pela freguezia deFanzeres, entra na de S. Cosme, depois na de Campanhã, passando pelos logares de Furamontes, Gato, Faial, Granja, Palhota, e no seu ultimo curso, e na parte mais visinha ao Esteiro, onde se mette no Douro, é que tem o nome de Caneiro” .

Carros (Rio de)
                Citado num documento de 1120 quando refere um “portum de rivo de Carros” (antiga Portucale), este “rio de Carros deve ser o rio da vila, uma vez que se sabe que também ao pé desse rio ficava a porta de carros, séculos depois, mas que certamente recebeu do rio o seu nome” .
                Horácio Marçal é mais afirmativo e diz que ele tomou esse nome “desde que lá ergueram o Postigo ou Porta de Carros, em 1409… por correr no subsolo da dita porta, porta esta que igualmente deu o seu nome a uma rua e à Capela de Santo António (da Porta de Carros) edificada em meados do século XVII e substituída pela Igreja dos Congregados em 1680” 
“É sabido que o mesmo rio de carros também aparece denominado como rio da Vila e rio da Cividade”  

                                                                            Cont....

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Rios do Porto-II Parte

RIOS DO PORTO - I PARTE

Vamos hoje dar inicio a uma viagem pelos inúmeros rios que sulcam o nosso subsolo. Sem preocupações de qualquer ordem vamos historiar os diversos rios, ribeiros, cursos de água que habitam o nosso subsolo.


O RIO DA VILA ( ou Rio de Carros – ou Rio da Cividade – Ribeiro das Hortas) formava-se com as águas de um manancial

Um nascia na zona da actual Praça do Marquês de Pombal, descia pela Quinta do Laranjal (a Avenida dos Aliados dos nossos dias), passava pelo antigo Campo das Hortas (actual Praça da Liberdade), alimentando hortas e lavadouros. 
O outro tinha a sua origem nas elevações da Fontinha, descia pelo actual Mercado do Bolhão, onde se lhe juntavam as águas de mais um pequeno ribeiro e descia o que é na actualidade, a Rua de Sá da Bandeira.

Os dois ribeiros juntavam-se no local onde hoje está a Praça de Almeida Garrett, em frente à Estação de São Bento, formando o rio da Vila, onde a cidade foi depositando todas as imundícies, ao longo dos séculos, transformando-o progressivamente num verdadeiro esgoto a céu aberto e um foco infeccioso.
O rio da Vila aparece indicado no documento de doação de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, do burgo portucalense ao bispo D. Hugo. É designado como Canallem  Maiorum, por contraponto ao "canal menor" que seria o rio Frio, mais para poente. Foi também conhecido por rio da Cividade, por passar perto do Morro da Cividade.

Num documento de 1409 o ribeiro aparece descrito como rio de Carros, por correr no subsolo desta porta aberta na muralha e que ficava em frente à igreja dos Congregados.
Em 1763 a parte deste rio próxima da Ribeira foi coberta com a construção da Rua de São João. E em 1875 com a abertura da Rua de Mouzinho da Silveira foi encanado na parte que ainda estava a descoberto. Obras posteriores, como a construção da Avenida dos Aliados, na segunda década do século XX, foram condenando ao subsolo também os mananciais do rio da Vila.

Agra (Ribeira da)


Curso de água que passa junto aos terrenos que foram da Quinta do Rio ou Quinta da Ribeira (desde 1985 imóvel de interesse público). Nasce a Ribeira da Agra junto à Rua do Viso, da confluência de dois pequenos cursos de água oriundos da Arca de Água (Paranhos) e outro do Padrão e do Seixo .


Água (Arca de)
A Arca de Água ou Arca das Três Fontes, como também foi inicialmente designada, era um dos principais reservatórios de água do Porto de antigamente. Aqui tinha início o denominado Manancial de Paranhos cuja construção foi autorizada em Novembro de 1597. Reinava então Filipe I de Portugal (II de Espanha).
Tem 14,50 metros de comprimento; 8,50 metros de largura e 4 metros de altura. O tecto é sustentado por três séries de quatro arcos, cada uma com a altura máxima de 2,50 metros

segunda-feira, 16 de abril de 2018

O Elemento Aquático na Cidade do Porto - I Parte


O ELEMENTO AQUÁTICO NA TOPONÍMIA PORTUENSE

A água, elemento fundamental da vida humana faz parte da toponímia portuense desde sempre. Nomes como Fontainhas, Fontinha, Bica, Bicalho e outros, perdem-se na memória do tempo na cidade do Porto.
a seguir uma lista das ruas da cidade que homenageiam o elemento aquático:

BICALHO (CAIS DO)
AGUADA (ESCADAS DA)
ÁGUAS (TRAVESSA DAS)
ÁGUAS FÉRREAS (RUA DAS)
ÁGUAS FÉRREAS (TV.)
ÁGUAS FÉRREAS DE CAMPANHÃ (RUA DAS)
ÁGUAS FÉRREAS DE CAMPANHÃ (TRAVESSA DAS)
ÁGUEDA (RUA DO)
ALTO DA FONTINHA (RUA DO)
AVE (RUA DO)
BAÇA (RUA DO)
BELA DA FONTINHA (RUA)
BICA VELHA (TRAVESSA DA)
BICALHO (RUA DO)
BOLHÃO (PÁTIO DO)
BOLHÃO (RUA DO)
CÁVADO (PRAÇA DO)
COA (RUA DO)
CORGO (RUA DO)
DOURO (RUA DO)
FONTAINHAS (ALAMEDA DAS)
FONTAINHAS (PASSEIO DAS)
FONTAINHAS (RUA DAS)
FONTE DA MOURA (RUA)
FONTE DA MOURA (TRAVESSA DA)
FONTE DE CIMA (CAMINHO)
FONTE DE CONTUMIL (RUA DA)
FONTE DE CONTUMIL (TV.)
FONTE DE MASSARELOS (RUA DA)
FONTE DO OUTEIRO (RUA DA)
FONTE DO OUTEIRO (TV.)
FONTE TAURINA (R. DA)
FONTE VELHA (R. DA)
FONTE VELHA (TV. DA)
FONTINHA (L. DA)
FONTINHA (R. DA)
FONTINHA (TV. DA)
GUADIANA (R. DO)
LEVADA (R. DA)
LEVADA (TV. DA)
LIMPOPO (R. DO)
LIZ (R. DO)
MIRADOURO (R. DO)
MONDEGO (R. DO)
NEIVA (R. DO)
NIASSA (R. DO)
NOVA DO REGADO (R.)
NOVA DO RIO (R.)
QUANZA (R. DO)
REGADO (TV. DO)
REVILÃO (R. DO)
RIBEIRA ( PRAÇA )
RIBEIRINHO (ROTUNDA DO)
RIBEIRINHO (R DO)
RIBEIRO (TV. DO)
RIO (TV. DO)
RIO DA BICA (L. DO)
RIO DA VILA (RUA)
RIO TINTO (R.DO)
RIO TORTO (R. DO)
SADO (R. DO)
SOBRE-O-DOURO (R. DE)
TÂMEGA (R. DO)
TEJO (R. DO)
TUA (R. DO)
TÂMEGA (R. DO)
TEJO (R. DO)
TUA (R. DO)
VEZ (R. DO)
VOUGA (R. DO)
ZAIRE (R. DO)
ZAMBEZE (R. DO)
ZÉZERE (R. DO)

Da próxima vez vamos ver quantos rios sulcam o nosso subsolo. Não, não são só esses que todos falam, são muito mais como poderão ver...